Protestos em Israel mobilizam "dezenas de milhares" de pessoas
Dezenas de milhares de pessoas voltaram ontem a manifestar-se em Israel, em protesto contra o plano do governo de Benjamin Netanyahu de reforma do sistema judicial.
As manifestações estão em curso há mais de dois meses, mas parecem não demover o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de levar por diante uma reforma que retira capacidades ao Supremo Tribunal.
De acordo com a Associated Press (AP), os protestos de hoje mobilizaram dezenas de milhares de pessoas.
"Temos de protestar, caso contrário é como se estivéssemos a concordar; e nós nunca aceitaremos que a democracia seja abolida neste país. É muito importante que o mundo saiba disto", afirmou à AP um manifestante, Einat Gival-Levi, em Telavive.
Nesta cidade, dezenas de ativistas pelos direitos das mulheres juntaram-se aos protestos vestidas como as personagens da série distópica "A história de uma serva".
Os opositores de Netanyahu dizem que o plano de reforma irá minar a independência do poder judicial e a separação de poderes em Israel, e pode arrastar o país para o autoritarismo.
Netanyahu, que tomou posse em finais de dezembro após um prolongado impasse político, afirma que as medidas visam controlar um tribunal que ultrapassou a sua autoridade e garantiu que alterações ao sistema judicial não têm nada a ver com o seu julgamento.
Na quinta-feira, numa entrevista ao diário italiano La Repubblica, a propósito de uma visita oficial a Itália, Netanyahu disse que os protestos em Israel eram a manifestação da vibrante democracia no país.
Mas falando aos jornalistas em hebraico antes da descolagem para Roma, sugeriu que os manifestantes pretendem destituir o Governo.
"O objetivo aqui é derrubar um Governo que foi eleito democraticamente. Não vamos deixar que ninguém perturbe a democracia israelita", afirmou, citado pela AP.