OIM insiste em mais contribuições internacionais para apoiar populações afetadas
As contribuições internacionais pedidas pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) para apoiar as populações afetadas em fevereiro pelos sismos e respetivas réplicas na Turquia e na Síria só atingiram 30% do solicitado, indicou hoje a agência da ONU.
A informação foi avançada num comunicado que dá conta da visita de dois dias à Turquia do diretor-geral da OIM, o português António Vitorino.
No documento, a agência que integra o sistema da ONU lembrou o apelo que fez em fevereiro para a angariação de 161 milhões de dólares (152 milhões de euros).
Apesar da verba angariada diminuta, Vitorino reafirmou, contudo, que a OIM continuará a apelar à solidariedade e aos esforços conjuntos da comunidade internacional para ajudar a Turquia a reconstruir cidades e as respetivas comunidades.
Segundo o comunicado, e apesar dos constrangimentos, o diretor-geral da OIM afirmou que a resposta aos devastadores terramotos que atingiram há um mês a Turquia e a Síria entrou numa nova fase.
António Vitorino está de visita à Turquia para aprofundar a cooperação com o Governo turco na resposta de emergência e nos esforços de recuperação a longo prazo, incluindo no apoio aos milhões de pessoas afetadas pelo sismo e na garantia de que irão conseguir reconstruir as respetivas vidas.
"As consequências desta tragédia são quase inimagináveis", disse Vitorino, antes de se deslocar à zona fronteiriça com o noroeste da Síria e a Hatay, uma das muitas cidades devastadas pelos sismos e pelas réplicas ocorridos em 06 de fevereiro.
"Quase todos os serviços que damos como garantidos -- saúde, transporte, abastecimento de alimentos, água, saneamento e educação -- foram afetados ou simplesmente deixaram de existir. As pessoas precisam de recuperar o sentido de comunidade e isso só acontecerá quando as infraestruturas do dia-a-dia voltarem ao normal", afirmou o diretor-geral da OIM.
Ao reconhecer que todo esse esforço coloca "uma enorme pressão" sobre a Turquia, Vitorino acrescentou que todas as agências da ONU que estão no terreno "vão fazer o máximo" para ajudar o Governo turco a apoiar as populações afetadas.
"Centenas de milhares deles foram deslocados pela segunda vez, já tendo fugido da guerra na Síria nos últimos 12 anos. A Turquia demonstrou uma generosidade incrível para com eles e é nosso dever fazer tudo o que pudermos para garantir que a assistência humanitária e a proteção possam continuar", assegurou Vitorino.
Em 06 de fevereiro, os sismos ocorreram em dois locais diferentes do sudeste da Turquia, junto à fronteira com a Síria, tendo atingido magnitudes de 7,8 e 7,5 na escala de Richter, com réplicas fortes, uma das quais de 6,0.
Este desastre natural fez pelo menos 50 mil mortos.