Mundo

Cerca de 500 pessoas estão num barco em perigo ao largo da costa italiana

None
Foto Jesus Hellin/Europa Press 

Cerca de 500 refugiados e migrantes estão numa embarcação em perigo ao largo da zona italiana de busca e salvamento marítimo, divulgou hoje a organização não-governamental (ONG) Alarm Phone.

Numa mensagem publicada na rede social Twitter, a organização, que recebe as chamadas de emergência feitas por embarcações que se encontram em perigo em alto mar, nomeadamente nas rotas migratórias do Mediterrâneo, adiantou ter já alertado as autoridades locais, garantindo-lhe que não há tempo a perder.

"Enviem ajuda imediatamente", pediu a ONG.

O barco terá saído da Líbia com destino à Europa, encontrando-se atualmente ao largo da costa da ilha italiana da Sicília, já com água a entrar.

"O telefone de resgate civil Alarm Phone e a organização não-governamental Mediterranean Saving Humans relataram, no início desta manhã, uma situação de grave perigo para 500 pessoas, incluindo dezenas de mulheres e crianças, que estão a bordo de um barco de pesca na costa da Sicília, no mar Jónico", afirmou o vice-líder da Aliança Verde-Esquerda, Marco Grimaldi, no parlamento local.

"Todas as autoridades foram notificadas, mas o barco já tem água a entrar", acrescentou, adiantando que o Centro Nacional de Coordenação de Resgate Marítimo (M.R.C.C.) de Roma lhe disse que os barcos da Guarda Costeira seriam mobilizados.

A Itália tem enfrentado, nos últimos dias, um grande afluxo de migrantes, tendo chegado entre terça e quarta-feira mais de 1.200 pessoas só à ilha de Lampedusa, no sul de Itália.

Além disso, em menos de duas semanas foram registados dois naufrágios, sendo que no primeiro, a 26 de fevereiro, morreram pelo menos 72 pessoas.

Os ministros dos Assuntos Internos da União Europeia (UE) reuniram-se, na quinta-feira, em Bruxelas, para discutir a situação das migrações, com as atenções focadas no Mediterrâneo e nas mortes dos últimos dias.

Por ocasião do encontro, o Conselho da UE recordou que, na reunião extraordinária de ministros do Interior realizada em novembro passado, os 27 "sublinharam a necessidade de evitar a perda de vidas no mar", apoiando "o reforço da coordenação e cooperação entre todos os atores relevantes envolvidos em operações de busca e salvamento e, em particular, a intenção da Comissão de relançar o grupo de contacto europeu em matéria de busca e salvamento".

Desde o início do ano e até agora, chegaram às costas de Itália mais de 16 mil migrantes, o que representa quase o triplo do número registado no mesmo período do ano passado (5.976), segundo dados do Ministério do Interior.

Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, nomeadamente aos territórios italiano e maltês.