Combate ao terrorismo dominará presidência de Moçambique do Conselho de Segurança da ONU
O combate ao terrorismo e a prevenção do extremismo violento estarão em destaque durante a presidência mensal de Moçambique do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciaram hoje fontes oficiais.
Numa apresentação da agenda de março do Conselho de Segurança, o representante permanente de Moçambique junto à ONU, Pedro Afonso, anunciou que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, presidirá ao debate de alto nível "Combater o terrorismo e prevenir o extremismo violento através do fortalecimento da cooperação entre a ONU e organizações regionais", agendado para dia 28.
"O terrorismo é uma grande preocupação no mundo de hoje e por isso precisamos de colocar juntos os nossos esforços para derrotá-lo e erradica-lo. (...) A nossa experiência em Cabo Delgado mostra-nos que precisamos de continuar a combater o terrorismo no mundo", afirmou Afonso.
Este será um dos principais eventos da sua presidência, juntamente com um debate sobre "Mulheres, Paz e Segurança", marcado para 07 de março e que será presidido pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo.
"Este é um momento histórico, uma vez que Moçambique nunca serviu no Conselho de Segurança anteriormente. Em três meses desde o início do nosso mandato, estamos agora na presidência. Este programa foi unanimemente adotado pelos meus colegas do Conselho esta manhã e tem um longo alcance de eventos e reuniões", avaliou Pedro Afonso.
Ao longo de março, Moçambique agendou ainda uma reunião sobre a reforma do setor de segurança, que contará com representantes do Secretariado da ONU, da União Africana e da sociedade civil e cujo objetivo é levar ao Conselho de Segurança atualizações sobre os esforços do secretário-geral para a reforma do setor de segurança.
Entre 09 e 12 de março, o Conselho de Segurança tem ainda programada uma missão de visita à República Democrática do Congo (RDCongo), além de um 'briefing' sobre a Missão das Nações Unidas no país (Monusco).
Várias outras questões sobre África estão no programa de trabalho deste mês, incluindo um debate aberto sobre o "silenciamento das armas na África", uma reunião sobre a Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (Unmiss) e a renovação do seu mandato, uma reunião sobre a Missão Integrada de Assistência à Transição da ONU no Sudão (Unitams), e uma reunião sobre a implementação do Plano de Transição da Somália.
Moçambique programou ainda reuniões sobre a Síria, Iémen, Líbano, Montes Golã, Afeganistão, Coreia do Norte, Mianmar e Palestina.
Questionado sobre o conflito entre Israel e Palestina, Pedro Afonso afirmou que a posição de Moçambique é que "deve haver dois Estados: o da Palestina e o de Israel, a viver em harmonia lado a lado", salientando que "Moçambique tem encorajado essa abordagem".
Apesar de não ter agendado nenhuma reunião sobre a guerra da Rússia na Ucrânia - questão sobre a qual se tem abstido em votações na Assembleia-Geral da ONU, o embaixador disse ter a certeza que serão agendados eventos sobre esse conflito ao longo do mês.
Moçambique iniciou em 03 de janeiro o seu mandato de dois anos como membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU.