PGR enviou hoje ao Ministério da Educação parecer sobre greves nas escolas
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aprovou e remeteu hoje ao Ministério da Educação o parecer pedido pelo Governo relativo à legalidade do modelo de execução das greves nas escolas, adiantou a PGR.
"O Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República aprovou, em 9 de fevereiro de 2023, o parecer solicitado pelo Ministério da Educação, tendo o mesmo sido entregue à entidade consulente que tem competência para decidir sobre a sua divulgação e demais sequência", adiantou hoje a PGR em resposta à Lusa.
O Ministério da Educação confirmou à Lusa a receção do parecer e declinou fazer comentários, referindo que o texto da PGR está a ser analisado.
Em 11 de janeiro o Ministério da Educação revelou ter pedido parecer jurídico à PGR sobre a legalidade da forma de execução das greves dos professores então em curso, convocadas pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) e pelo Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE).
O Ministério da Educação avançou na altura que, em simultâneo, solicitou também parecer ao Centro de Competências Jurídicas do Estado (JURISAPP).
O STOP iniciou em 09 de dezembro uma greve por tempo indeterminado, com pré-avisos de greve emitidos até 24 de fevereiro.
Também o SIPE convocou para a primeira semana de aulas do 2.º período uma greve parcial ao primeiro tempo letivo, que decidiu prolongar até fevereiro, sendo que entre 16 de janeiro e 08 de fevereiro se realizou uma greve por distritos, convocada por oito estruturas sindicais, incluindo o SIPE e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
Além de um conjunto de problemas antigos relacionados com a carreira docente e condições gerais de trabalho, os professores contestam também algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito do processo negocial sobre a revisão do regime de recrutamento e colocação, que ainda decorre.
O ministro João Costa já veio, entretanto, esclarecer algumas dessas questões, assegurando, por exemplo, que a contratação de docentes não vai passar para as autarquias e que vai continuar a fazer-se com base na graduação profissional, abandonando também a intenção de permitir que os diretores possam selecionar 30% dos seus professores.
Em janeiro, a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) defendeu que o Governo devia "com urgência decretar serviços mínimos" perante as greves dos professores e a sua duração.
A Confap manifestou também preocupação com o normal funcionamento das escolas e com a avaliação dos alunos face às paralisações dos professores, sem questionar a legitimidade das greves, mas pondo em causa as formas escolhidas pelos docentes, como seja a greve ao primeiro turno, entre outras.