PAN apela ao Governo que garanta a erradicação de práticas abusivas sobre as mulheres na gravidez e no parto
Apesar de esta manhã o PAN ter anunciado que iria reunir-se com o secretário regional de Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, de forma a abordar as questões relacionadas com denúncias de falta de segurança das parturientes e bebés, o partido dá conta que afinal reuniu-se com um dos elementos da sua equipa do secretário.
O PAN revela que, apesar de nas últimas semanas ter recebido dezenas de denúncias de "neglicência humana e técnica" no serviço de obstetrícia do Hospital Nélio Mendonça, a Secretaria Regional de Saúde "só tem conhecimento de apenas uma queixa".
Foi dado a conhecer aos representantes do Secretário alguns exemplos práticos de situações de negligência e falta de ética que aconteceram no serviço, contudo a resposta que obtivemos é de cada caso é um caso e como tal tem de ser analisado individualmente, sendo necessário a denúncia por parte da pessoa afetada para que possam agir em conformidade. PAN Madeira
O partido sublinha que da reunião "fica a ideia de que há uma falta de reconhecimento das várias lacunas afetas a este serviço, o que demonstra algum desinteresse por esta questão"
Referem com orgulho que de acordo com a avaliação que é feita pela DGS, o Serviço Regional foi conotado com a nota de “Bom”, referindo ainda terem uma vasta equipa de especialistas, formados e que tem em consideração à questão da humanização do serviço, funcionando 24h por dia. Apenas admitindo ser necessário efetuar algumas melhorias. PAN Madeira
O partido afirma que na reunião alertou ainda que "há vários aspectos a melhorar" neste serviço do Hospital Dr. Nélio Mendonça.
Por começar colocar em prática o que é aprendido na teoria no que toca à verdadeira humanização dos serviços e respeito pelas pessoas que estão em situação de vulnerabilidade nestes momentos, começando pela falta de respeito das equipas de enfermagem, através de denúncias de mães que após o parto não conseguem descansar devido ao barulho dos mesmos nos corredores, do facto dos pais estarem limitados aos horários de visita e de não haver acompanhamento psicológico a mães que passaram por situações de risco, algumas por negligência, ficando com sequelas para toda a vida. PAN Madeira
Na mesma reunião, o PAN fez questão de reforçar a "importância de se respeitar o direito da mulher ter o seu parto como idealizado ao longo dos meses de gravidez", algo que o partido refere que a secretaria afirmou "convincentemente ocorrer sempre, o que não vai de encontro aos testemunhos recebidos".
Relativamente ao horário de visitas dos pais, não estavam a par da actualidade, mas concordaram com a proposta do PAN em voltar a alargar o tempo de visita aos acompanhantes, que têm todo o direito de fazer parte deste período tão importante do nascimento dos/as filhos/as. PAN Madeira
Por fim, o PAN entende que é necessário que os direitos da mulher na gravidez e parto "sejam respeitados de forma generalizada", acolhendo as melhores práticas baseadas em evidência científicas, de modo a que a mulher se sinta confortável numa das fases mais bonitas da sua vida, "o que só é possível com a humanização das práticas Obstétricas".
Nestes termos, o PAN Madeira, recomenda ao Governo que:
- Garanta a eliminação de quaisquer práticas abusivas em obstetrícia como a manobra de Kristeller, a episiotomia de rotina ou outras que configurem violência obstétrica;
- Proceda ao envolvimento dos enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstétrica na reorganização dos serviços, assumindo estes as funções de vigilância da gravidez e assistência ao parto de baixo risco;
- Assegure o acompanhamento/ tratamento das crianças vítimas de “partos de dor”;
- Assegure o acompanhamento/ tratamento das mães vítimas de violência Obstetra;
- Realize um estudo regional anónimo, sobre todas as práticas de violência obstétrica, onde se inclui a prática designada como “ponto do marido”.