Bispo do Funchal alerta para os riscos da inteligência artificial
D. Nuno Brás proferiu esta manhã uma conferência na Escola Secundária Jaime Moniz sobre 'Ética e Inteligência Artificial'
"A inteligência artificial não tem ética", advertiu o Bispo do Funchal perante uma plateia repleta de jovens estudantes e professores
O Bispo do Funchal, D. Nuno Brás, destacou esta quinta-feira, 9 de Fevereiro, os benefícios e as utilidades da inteligência artificial, alertando contudo para os seus riscos, nomeadamente para a sua "imposição ao ser humano e de leitura muito direccionada da realidade".
Durante a conferência 'Ética e Inteligência Artificial', que decorreu na sala de conferências da Escola Secundária Jaime Moniz, o prelado advertiu que "a inteligência artificial não tem ética, não tem capacidade de pensar por si própria" explicando que a mesma está dependente "do criador".
"Irá sempre reforçar aquilo que tu já pensas, a inteligência artificial é um espelho nosso", disse, dirigindo-se a uma plateia repleta de jovens estudantes e professores do secundário.
Apesar dos riscos, o Bispo do Funchal frisou que "a inteligência artificial é muito útil" e chega a ser mais inteligente que os humanos, apontando para as inúmeras descobertas possíveis graças às novas tecnologias.
Em declarações ao DIÁRIO, D. Nuno Brás salientou as vantagens da tecnologia, sem esquecer que a mesma é desprovida de valores: "A inteligência artificial é uma realidade que nós hoje não podemos dispensar, faz parte da nossa vida, mas que obviamente coloca a cada um de nós questões muito grandes em termos de ética".
Temos de ter consistência de que estamos a ter respostas guiadas, respostas direccionadas para quilo que a máquina acha que estamos à procura. É preciso corrigir a inteligência artificial naquilo que ela tem de imposição ao ser humano e de leitura muito direccionada da realidade. D. Nuno Brás, Bispo do Funchal
"Precisamos de estar mais despertos para aquilo que é a necessidade do nosso domínio sobre a inteligência artificial", atentou.
