Hospital realizou a primeira operação pediátrica ao pâncreas na Venezuela
Uma equipa médica do Hospital de Especialidades Pediátricas de Maracaibo (700 quilómetros a oeste de Caracas) realizou quarta-feira a primeira operação pediátrica ao pâncreas a uma jovem de 15 anos de idade.
O anúncio foi feito aos jornalistas pela presidente do hospital, Janeth Bohórques, sublinhando que foi "a primeira operação pediátrica no país" e que foi uma cirurgia de "alto impacto, efetuada por laparoscopia, usando a técnica de 'Whipple'", um procedimento para extirpar a cabeça do pâncreas, a primeira parte do intestino delgado, a vesícula e o conduto biliar.
"Temos uma equipa valiosa que inclui especialistas laparoscópicos, cirurgiões pediátricos, anestesistas, enfermeiros, pessoal de manutenção, que contribuem para ter espaços de excelente qualidade. Fazemos o nosso melhor para ver mais sorrisos, devolvendo a saúde àqueles que estão hospitalizados", frisou Janeth Bohórques.
A operação, disse, foi dirigida pelo médico Adel Al Awad, um cirurgião hepatobiliar pancreático, que "fez várias pequenas incisões no paciente e introduziu uma pequena câmara de vídeo no abdómen para ver se o cancro se tinha espalhado para fora do pâncreas", com um procedimento "minimamente invasivo".
Por outro lado, Adel Al Awad explicou aos jornalistas que se tratou de um processo cirúrgico laborioso, de seis horas, "mas menos invasivo para os pacientes mais pequenos, pois a cirurgia tradicional envolve uma incisão que vai de um lado ao outro [do abdómen], enquanto a laparoscopia minimiza o impacto no tamanho da ferida" e é menos dolorosa no pós-operatório.
O cirurigão acrescentou que o método, usado pela primeira vez em 1989, é o mais utilizado para tratar o cancro do pâncreas, quando o tumor está confinado à cabeça desse órgão e é retirado. Os órgãos restantes são ligados de novo, para que o paciente possa digerir os alimentos normalmente após a cirurgia.
O pâncreas, disse Adel Al Awad, é um órgão vital que liberta enzimas que ajudam a digerir os alimentos.