Libertar Lisboa
Vladivostok é a maior cidade portuária da Rússia. E é o porto onde está estacionada a frota russa do Pacífico. Fica a uma curta distância da fronteira com a China e a Coreia do Norte. É o ponto final da importante via férrea, a Transiberiana, que a liga a Moscovo e à Europa.
Medvedev, é o “ex” que alternou com Putin enquanto este derivou para primeiro-ministro por ter excedido o número de mandatos como presidente. Entretanto já alterou a lei. Nos primórdios da guerra com a Ucrânia, afirmou que o objectivo seria a concretização da Eurásia aberta de Lisboa a Vladisvostok.
A ideia, já antiga, imaginava uma linha liberta de fronteiras desde aquela cidade até à capital portuguesa. Já em 2016 Putin propôs a sua criação para aproximar as economias das repúblicas ex-soviéticas à China. Inspirado na rota da seda chinesa.
Nestes dias um propagandista do Kremlin, na televisão, juntamente com outros dois da mesma laia, defendia a ocupação imperialista de países europeus e da Nato. Desde a vizinha Polónia até outros, mais distantes, destacando Lisboa. Não pelas razões inerentes à história reciclada, mas por uma atoarda sem fundamento. Contava o ignorante que os portugueses referiam que, quando havia bom tempo, vislumbravam a Estátua da Liberdade, sita em Nova Iorque. Um disparate. Dito por um palerma.
Mas, digno de registo, é o facto de, no principal canal russo, três medalhados por Putin falarem de invadir nações europeias com a maior ousadia e desfaçatez. E, depois, as vozes oficiais, quais raparigas menos sérias ofendidas, reclamam do fantasioso ataque dos países ocidentais à Rússia. Que “por acaso” é o invasor. Porque sim. É preciso ter lata.