Rússia promete "resposta" caso Londres forneça aviões de combate a Kiev
A embaixada russa no Reino Unido prometeu hoje uma "resposta" caso Londres decida enviar aviões de combate à Ucrânia, como pediu o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no decurso da sua visita ao país.
"Quero recordar aos responsáveis em Londres: nesse cenário, a sangrenta colheita do próximo ciclo de escalada ficará na vossa consciência, para além das consequências militares e políticas para o continente europeu e o mundo inteiro", indicou a embaixada, citada pelas agências noticiosas russas.
"A Rússia encontrará uma resposta a qualquer medida hostil", acrescentou.
Ao receber hoje Zelensky pela primeira vez, na sua segunda viagem ao exterior desde o início do conflito após uma deslocação aos Estados Unidos em 21 de dezembro passado, o Reino Unido confirma a sua posição na vanguarda do apoio à Ucrânia.
Londres já forneceu 2,5 mil milhões de euros em ajuda militar ao exército ucraniano e comprometeu-se em manter esse nível durante 2023.
O Governo conservador britânico foi o primeiro a anunciar em janeiro a intenção de enviar carros de combate pesados (14 Challengers 2), seguidos pelos Estados Unidos e Alemanha, que hoje indicou pretender fornecer à Ucrânia, em coordenação com os seus aliados, um primeiro batalhão de Leopard 2 até finais de abril.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.