Taxa de desemprego de 6,0% em 2022 é "valor histórico" e "animador"
O secretário de Estado do Trabalho considerou hoje "particularmente animadores" os números do emprego divulgados pelo INE, destacando que a taxa de desemprego de 6,0% em 2022 "é um valor histórico", que valida o "esforço" feito durante a pandemia.
"É com bastante satisfação que olhamos para estes números, que são particularmente animadores. São números que nos dão confiança para encararmos o momento que estamos a viver, uma vez que estes 6,0% que agora se consolidou como a taxa [de desemprego] de 2022 é um valor histórico. Desde 2002 que não tínhamos uma taxa anual do desemprego consolidada nesta ordem de grandeza e isso, obviamente, dá-nos confiança", afirmou Miguel Fontes em declarações à agência Lusa.
Segundo o governante, os dados do emprego hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) evidenciam também "que o esforço que foi feito durante os anos da pandemia resultou em pleno".
"E é bom, agora que já muitos se esquecem disso, lembrar esse facto. Foi por via de uma política pública que mobilizou muitos meios para manter e preservar o emprego que conseguimos fechar o ano de 2022 com estes dados. Estamos já com níveis pré-pandemia, mas isso deveu-se, seguramente, também ao facto de termos feito um esforço tão grande enquanto sociedade, enquanto país, para salvaguardarmos e preservarmos o emprego durante os anos da pandemia", enfatizou.
Ainda assim, o secretário de Estado garante que o Governo olha para estes dados "com a devida prudência, sem qualquer espécie de triunfalismo e com a atenção que a situação económica e social merece, sempre acompanhando e monitorizando a evolução do desemprego".
"É verdade que, neste quarto trimestre, houve uma ligeira subida relativamente aos anteriores, mas também que, lendo as séries longas do desemprego, é um trimestre onde isso sempre acontece. Ou seja, depois de termos tido a questão da sazonalidade anteriormente, há sempre uma trajetória neste trimestre que é normal e, portanto, está em linha com aquilo que historicamente acontece", afirmou.
Dos números hoje divulgados pelo INE, Miguel Fontes destaca ainda como "relevante" o facto de a população empregada jovem "crescer de forma tão significativa" -- "São mais 41 mil jovens, no grupo dos 16 aos 24 anos, que estão a trabalhar face ao ano passado", salienta -- assim como a existência de "mais 556 mil pessoas com contratos sem termo do que, por exemplo, face a 2015.
"É um número em absoluto bastante impressionante, ultrapassa o meio milhão de pessoas neste espaço de tempo, mas ainda é mais impressionante quando verificamos que o crescimento do número de trabalhadores com contrato sem termo foi superior, mesmo, ao crescimento total do emprego, que foi de mais 527 mil pessoas neste período", concluiu.
A taxa de desemprego fixou-se em 6,0%, em 2022, uma descida de 0,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior, e foi de 6,5% no quarto trimestre, segundo dados hoje divulgados pelo INE.
"[Em 2022] a taxa de desemprego foi de 6,0% e a taxa de subutilização do trabalho foi de 11,4%, tendo ambas diminuído em relação a 2021 (0,6 pontos percentuais e 1,1 pontos percentuais, respetivamente)", refere o INE, que hoje publicou os dados do emprego referentes ao quarto trimestre e à totalidade do ano de 2022.
Relativamente aos jovens (16 aos 24 anos), a taxa de desemprego situou-se em 19,0%, menos 4,4 pontos percentuais do que no ano anterior.
Em relação ao quarto trimestre de 2022, a taxa de desemprego foi estimada em 6,5%, o que reflete uma subida de 0,7 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 0,2 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre do ano anterior.