Administração da RTP abriu processos disciplinares a pedido da direcção de informação
O presidente da RTP esclareceu hoje que o Conselho de Administração abriu dois processos disciplinares relativos aos jornalistas Inês Gonçalves e Hugo Cadete "a pedido da direção de informação" da estação pública e são "casos diferentes".
Nicolau Santos respondia, assim, a questões dos deputados sobre o assunto, durante a audição na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
"Os processos disciplinares não foram abertos pelo Conselho de Administração, foram solicitados pela direção de informação relativamente a dois colaboradores e, perante isso, perante os pedidos da direção de informação para que esses processos disciplinares fossem levantados, eles foram levantados", explicou o gestor.
Para o efeito, "contratámos uma empresa externa que conduz os processos, o processo da Inês Gonçalves (...) deverá estar resolvido esta semana", e o processo do Hugo Cadete "ainda está na fase de inquirição de testemunhas, vai demorar mais algum tempo", referiu.
"Veremos o que é que vai resultar", acrescentou, salientando que a administração não discute processos disciplinares em público sem saber o resultado da advogada que está a instruir os processos.
Reiterou que o "Conselho de Administração não tomou partido" e que se trata de "casos diferentes, sem adiantar mais sobre o assunto.
Em 29 de dezembro, Sindicato dos Jornalistas (SJ) disse estar a acompanhar "com preocupação as notícias vindas a público nas últimas semanas sobre a RTP, nomeadamente os processos disciplinares instaurados a dois jornalistas do Centro de Produção do Norte (CPN), em Vila Nova de Gaia, que no caso da associada do SJ terá culminado numa queixa de assédio moral contra a empresa".
Na altura, o SJ manifestou "apreensão com o caminho que os casos estão a seguir" e questionou se estariam "a ser justamente tratados os jornalistas Inês Gonçalves e Hugo Cadete".
Nicolau Santos salientou que a administração tem estado calada sobre este tema e falará quando for altura de o fazer.
"Só para ter um exemplo de que não há assédio nenhum relativamente a uma das pessoas, Inês Gonçalves, ela já, na sequência deste processo, apresentou o Mundial do Qatar nos estúdios do CPN", argumentou o presidente da RTP.
O Conselho de Administração "perante aquilo que recomendar a senhora advogada, podemos, se houver sanção, manter sanção ou podemos alterar", disse.