Presidente Zelensky reforça em Londres pedido de aviões de combate
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reiterou hoje em Londres o pedido aos aliados de aviões militares de combate, para o país se defender da invasão russa, alegando que serão as "asas para a liberdade" do país.
Lembrando que o rei Carlos III, com o qual vai reunir-se ainda hoje, é um piloto militar qualificado, Zelensky salientou a importância dos meios aéreos na guerra contra a Rússia, durante um discurso no parlamento britânico perante centenas de deputados.
"No Reino Unido, o rei é um piloto da Força Aérea e na Ucrânia hoje todos os pilotos da Força Aérea são reis", disse, num discurso em Westminster Hall, o salão de cerimónias do edifício do Parlamento, onde o corpo da rainha Isabel II esteve em câmara ardente antes do funeral, em setembro do ano passado.
Para reforçar a mensagem, presenteou o presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, com um capacete da Força Aérea Ucraniana, onde um piloto ucraniano escreveu a frase: "Nós temos liberdade. Dêem-nos asas para a protegermos".
"Espero que este símbolo ajude a nossa próxima coligação, coligação dos aviões, e apelo a vós e ao mundo, com palavras simples e no entanto muito importantes: aviões de combate para a Ucrânia, asas para a liberdade".
No final do discurso, Zelensky disse "obrigado pelo delicioso chá inglês" e agradeceu "antecipadamente pelos poderosos aviões ingleses".
Os países ocidentais resistiram até agora fornecer meios aéreos à Ucrânia, mas França e Reino Unido não excluíram esta hipótese.
Na semana passada, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, não descartou que Varsóvia possa entregar caças F-16 a Kiev "em coordenação com os países da NATO", apesar da reticência do presidente dos EUA, Joe Biden.
Um porta-voz do primeiro-ministro britânico explicou na altura que treinar pilotos ucranianos para operar caças "extremamente sofisticados", tais como Typhoon e os F-35, levaria demasiado tempo.
Hoje, Rishi Sunak anunciou a expansão do programa de treino a soldados ucranianos em território britânico a pilotos, para assegurar "que a Ucrânia tem um exército capaz de defender os seus interesses no futuro e por muito tempo".
O Presidente ucraniano chegou hoje para uma visita ao Reino Unido anunciada poucas horas antes da chegada, a segunda ao estrangeiro desde a invasão da Rússia em 24 de fevereiro do ano passado.
Em 21 de dezembro, o líder viajou até Washington, onde foi recebido na Casa Branca pelo Presidente, Joe Biden, e falou perante o Congresso dos EUA.
Depois do discurso, Zelensky vai deslocar-se a uma base militar em Inglaterra para ver o treino dos soldados ucranianos, seguindo-se uma audiência com o Rei Carlos III no Palácio de Buckingham, em Londres.