Madeira

População activa e população empregada em máximos de 2011 puxam desemprego para mínimo

A taxa de desemprego na Madeira atingiu 7% no final de 2022, o número mais baixo de pessoas em 12 anos

Foto Shutterstock
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Os resultados do Inquérito ao Emprego na Madeira divulgados hoje, em relação ao 4.º trimestre de 2022, revelaram dados díspares em relação à evolução trimestral e homóloga, apenas com um dado positivo comparativamente ao 4.º trimestre de 2019 (período pré-pandemia covid-19), pois houve uma quebra de 0,5 p.p.", o que confere uma melhoria passada a crise pandémica. Contudo, na análise anual, com uma taxa de desemprego estimada de 7%, conclui-se que não só baixou quase um ponto percentual (-0,9 p.p.) face a 2021, o ano passado registou o valor mais baixo da série iniciada em 2011. E há alguns factores a contribuir para isso.

A começar, na população total residente estimada em quase 253 mil, que é a mais baixa dos últimos 12 anos, em igualdade com 2017 e 2019. Em 2011, no início da série, a Madeira contava com 265,7 mil habitantes.

Também a população activa atingiu o máximo da série e, por conseguinte, a população inactiva fez o sentido inverso.

Com 132,2 mil pessoas em idade e disponíveis para trabalhar, praticamente metade de cada género sexual, supera em grande número o mínimo da série, ocorrida em 2014 com 121,8 pessoas activas. Os dados de 2022 revelam, por isso uma taxa de actividade de 60,7%, a mais alta da série.

Já os inactivos, reduziram para 120,7 mil, quando o máximo tinha sido em 2013 com 139,5 mil pessoas. A taxa de inactividade atingiu assim o mínimo de 39,7% contra o máximo da série, 44% em 2014.

Outro indicador importante foi a população empregada que igualmente está em máximos de 2011, totalizando 123 mil pessoas com um emprego, mais de 24 mil pessoas em relação ao mínimo deste período de 12 anos, quando em 2013 estavam com trabalho menos de 100 mil pessoas (98,8 mil em concreto). Deste modo, a taxa de emprego disparou para 56,5%, superando o anterior máximo (56%) estabelecido em 2019. Aliás a taxa de emprego actual está 10,7 pontos percentuais acima do mínimo histórico (45,8%) que ocorrera em 2013.

Com estes factores, a taxa de desemprego no final de 2022 atingiu assim o tal mínimo da série iniciada em 2011 (não sendo possível comparar com anos anteriores uma vez que foram alterados o modo de realização do Inquérito ao Emprego, ocorrendo assim uma quebra de série). Refira-se que o máximo histórico da taxa de desemprego ocorreu em 2013, quando praticamente um em cada 5 madeirenses activos estava sem trabalho.

"A estimativa da população desempregada, apurada em 9,2 mil pessoas, aumentou 8,3% face ao trimestre homólogo (cerca de 700 pessoas) e 10,3% comparativamente ao trimestre anterior (cerca de 900 pessoas). Para esta variável, a média de 2022 foi igualmente de 9,2 mil pessoas", lembra a DREM.

Sendo certo que a taxa de desemprego anual feminina (7,3%) embora superior à masculina (6,7%) e igualmente superior à média regional (7%), diminuiu 1,2 pontos percentuais contra 0,7 pontos percentuais dos homens, o que poderia significar que havia uma recuperação mais intensa do emprego no feminino, mas os números não dizem isso.

É que no final de 2022 havia 61,2 mil mulheres empregadas contra 59,1 mil em 2021, mas os homens empregados ascendiam a 61,8 mil e no final de 2021 eram 59,5 mil. Onde então está o distanciamento? Na população inactiva de ambos os sexos, com mais homens a saírem dessa condição (2.200) em relação às mulheres (1.500), embora ambos a registarem diminuições consideráveis. A verdade é que continua a haver muitas mais mulheres inactivas (69,2 mil) do que homens (51,5 mil).