Carta da mãe do militar madeirense falecido
Eu, mãe do militar comando Hugo Abreu, que faleceu em 2016, venho agradecer às pessoas que se manifestaram de diversas formas aquando da notícia publicada a dar conta de que o ‘ex’ comandante dos comandos Dores Moreira e companhia será julgado por falsificação de documentos.
No entanto, acredito que nunca será feita justiça porque o meu filho já não volta e os castigos certamente serão penas suspensas. Já não basta a nossa dor de perder um filho de forma tão cruel e injusta e de durante estes anos ouvir mentiras atrás de mentiras e parece que este pesadelo não acaba.
Além disso, quero também esclarecer que ao contrário do que foi publicado na altura, e que obviamente não tive capacidade nem para ler essas notícias, o Hugo sempre esteve à responsabilidade dos pais apesar de ter uma ligação muito forte com a avó materna porque em criança ficou aos cuidados dela para os pais poderem trabalhar.
O Hugo Abreu nunca teve falta de trabalho. Tinha contrato assinado no exército RG3 Madeira mas o sonho era ser comando, embora essa escolha fosse a sua pior decisão, a que o matou. A verdade é que ele já tinha sido avisado, mas só sabe o que se passa no convento quem vive no convento.
O Hugo era um jovem maior de idade e muito responsável. Fez juramento de bandeira no RG3 em 2014, pois fazia 18 anos em Agosto passando à maioridade. Nós, pais, deixamos à sua responsabilidade a nossa casa e quero que fique bem claro o Hugo Abreu não vivia com a avó.
Repudio também as declarações proferidas em 2016 ao DIÁRIO pelo presidente da Junta de Freguesia do Campanário, à data João Baptista Silva, que afirmou que o Hugo tinha viajado para Lisboa uma vez que não conseguia encontrar emprego na Região.
Ângela Abreu