Fernando Gomes assume igualdade de género como uma das prioridades da FPF
A igualdade de género é uma das prioridades da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), assegurou hoje o presidente do organismo, Fernando Gomes, à margem da apresentação do relatório e das recomendações do grupo de trabalho criado para o efeito.
"A FPF esteve, desde o início, envolvida neste grupo de trabalho, nomeadamente com a participação ativa das nossas coordenadoras da área de responsabilidade social, Francisca Araújo e Rita Ferro Rodrigues, mas, mais importante do que a nossa contribuição para o relatório, é termos colocado, ao longo dos anos, a igualdade de género como uma das nossas principais prioridades", afirmou Fernando Gomes.
Na Alfândega do Porto, o líder federativo recordou o investimento feito no sentido de atenuar as diferenças entre géneros, admitindo que é um caminho ainda a ser percorrido.
"Estamos muito comprometidos com esta causa e temos inscrito no nosso plano para esta década - o plano Futebol 2030, já em execução - vários projetos que nos ajudarão a chegar às metas propostas no relatório. A nossa realidade alterou-se muito nos últimos 10 anos com o investimento, próximo de 50 milhões de euros, que fizemos no futebol feminino", explicou.
Fernando Gomes apontou ainda alguns exemplos do investimento feito no feminino.
"Quando chegámos à FPF [em dezembro de 2011], tínhamos seis seleções nacionais femininas e agora temos 13. Em 2018, investimos nas nossas equipas femininas 2,5 milhões de euros. Este ano temos orçamentados oito milhões", assinalou.
Também o número de competições tem sido crescente.
"Em 2011, tínhamos cinco competições femininas e hoje temos 23. Tudo isto resulta que temos muito mais meninas e mulheres a jogar futebol - eram pouco mais de duas mil e hoje temos quase 14 mil federadas", explicou.
E, também isso se reflete nos resultados desportivos.
"Conseguimos as duas primeiras presenças da seleção nacional feminina em fases finais do Campeonato da Europa e vamos jogar, já este mês, num 'play-off' intercontinental, a nossa primeira participação num Campeonato do Mundo feminino. Temos procurado, como diz o ditado inglês, praticar aquilo que pregamos", concluiu.
O grupo de trabalho coordenado por Leila Marques, vice-presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), foi constituído no ano passado por despacho das secretarias de Estado da Igualdade e Migrações e da Juventude e do Desporto, com representantes das duas.
Ao todo, o grupo reuniu-se cinco vezes, tendo promovido audiências e encontros com várias instâncias internacionais ligadas ao desporto e à igualdade de género, tendo como missão "apresentar contributos e recomendações para as políticas públicas" neste assunto.
Além das recomendações, o documento inclui um diagnóstico que assenta em dados que colocam Portugal como "o país mais inativo da Europa", a partir do Eurobarómetro, com uma diminuição de prática desportiva regular drástica a partir dos 25 anos, com as pessoas do sexo feminino longe de cargos de liderança, de treinadoras e também na prática federada e ao mais alto nível.
No campo federativo, as mulheres são um terço das filiadas em modalidades olímpicas, e o valor baixa ainda mais para pessoas com deficiência.