Fact Check Madeira

Jardim diz que “uma tendência de 32,2% não dá maioria absoluta” ao PSD. Será verdade?

“Uma tendência de 32,2% não dá maioria absoluta”, afirmou o ex-presidente do Governo Regional e ex-líder do PSD
Foto Joana Sousa/Aspress
Foto Joana Sousa/Aspress

O JM publicou ontem uma sondagem que concluiu que, se as eleições legislativas regionais fossem neste momento, o PSD obteria 32,2% dos votos, independentemente de integrar ou não uma coligação com o CDS e que elegeria 23 deputados, menos um do que o necessário para obter a maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira.

Estes resultados foram abordados pelo antigo presidente do Governo Regional e antigo líder do PSD, Alberto João Jardim, no espaço quinzenal de comentário político que tem no Telejornal da RTP. O ex-governante manifestou “preocupação” com os dados da sondagem e assumiu que o seu partido “tem um problema”, pois o estudo de opinião “revela uma tendência de 32,2%”, o que “não dá maioria absoluta”.

Mas uma análise aos indicadores das sondagens e resultados eleitorais na Madeira permite constatar que Jardim se equivocou. É possível obter maioria absoluta nas urnas mesmo quando as intenções de voto registadas em estudos de opinião se situam na casa dos 32%. Encontramos uma prova disso na fase de saída do próprio Alberto João Jardim da presidência do Governo e da liderança do PSD-Madeira.

A 24 de Julho de 2014, quando os militantes do PSD se preparavam para escolher o futuro líder entre seis candidatos - Miguel Albuquerque, João Cunha e Silva, Manuel António Correia, Jaime Ramos, Sérgio Marques e Miguel de Sousa - o DIÁRIO publicou uma sondagem que atribuía 32,1% de intenções de voto ao PSD.

Ora, nas eleições regionais realizadas oito meses depois, a 29 de Março, o PSD veio a obter 44,36% dos votos e uma maioria de 24 mandatos de deputados no parlamento.