Vistoria a prédio da Mouraria onde houve incêndio reagendada para hoje à tarde
A vistoria para avaliar as condições de segurança e habitabilidade do prédio da Mouraria, em Lisboa, onde morreram no sábado duas pessoas devido a um incêndio, foi reagendada para hoje à tarde, de acordo com a Proteção Civil Municipal.
Dois mortos e 14 feridos em incêndio num prédio em Lisboa
Duas pessoas morreram e 14 ficaram feridas no incêndio que deflagrou, esta noite, num edifício na Mouraria, em Lisboa. Quatro crianças tiveram de ser transportadas ao hospital, sendo que os bombeiros já se encontram a fazer trabalhos de rescaldo.
Em declarações à Lusa, a diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), Margarida Castro Martins, explicou que a vistoria, inicialmente prevista para a manhã de hoje, foi reagendada para o início da tarde, devido à disponibilidade dos serviços camarários.
Na noite de sábado, um incêndio deflagrou num prédio no bairro lisboeta da Mouraria, provocando dois mortos, de nacionalidade indiana, e 14 feridos, todos já com alta hospitalar.
Um dos feridos, de nacionalidade portuguesa, é um homem de 74 anos, residente no edifício contíguo e que apresentava dificuldades respiratórias.
Segundo Margarida Castro Martins, a Polícia Judiciária esteve no local no sábado a examinar o local "para apurar as eventuais causas do incêndio e a existência ou não de indícios de crime", não tendo ainda sido divulgadas conclusões.
De acordo com a responsável, e segundo a informação disponibilizada pelo Regimento Sapadores Bombeiros, a origem do incêndio terá sido na cozinha do rés-do-chão.
O incêndio no edifício, habitado essencialmente por cidadãos indianos, afetou 25 pessoas, 24 residentes e um não residente, deixando 22 desalojados, além da morte de dois cidadãos indianos, um dos quais um jovem de 14 anos.
De acordo com Margarida Castro Martins, "neste momento, foram realojadas 13 pessoas" pela Santa Casa da Misericórdia, numa pensão da cidade, tendo os restantes encontrado solução por modo próprio.
Para hoje está também agendado o atendimento destes cidadãos para saber que apoios vão poder ter e as soluções de residência, segundo a responsável.
"A Santa Casa assegura o alojamento de emergência, e agora serão atendidas para saber se são elegíveis e para que tipo de apoios", disse a responsável, adiantando que o Alto Comissariado para as Migrações encontra-se também a acompanhar o processo.
Margarida Castro Martins adiantou não ter sido identificado qualquer problema nos edifícios adjacentes ao prédio onde deflagrou o fogo.
De acordo com a última atualização do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), até agora apurou-se que viviam no prédio, no bairro da Mouraria, dois cidadãos belgas, dois argentinos, dois portugueses, três bengalis e 15 indianos.
O alerta para o incêndio foi dado às 20:37 de sábado e o fogo foi declarado extinto às 21:15, segundo o Regimento de Sapadores de Bombeiros.
O fogo só atingiu o rés-do-chão do prédio, na Rua do Terreirinho.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, esteve no local na noite de sábado e garantiu que todos os desalojados seriam apoiados, lamentando as duas mortes.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou com Carlos Moedas na mesma noite para se inteirar da situação, lamentando igualmente a perda de vidas.
Todas as pessoas internadas em hospitais tiveram alta, durante a noite de sábado e no domingo, e foram assistidas essencialmente por inalação de fumos, disseram as autoridades hospitalares.