Dinamarca quer cortar feriado para financiar orçamento da Defesa
Dezenas de milhares de dinamarqueses manifestaram-se ontem contra o plano do Governo de abolir um feriado para financiar o orçamento da Defesa, quando decorre a guerra na Ucrânia.
"É uma proposta totalmente injusta", disse Lizette Risgaard, dirigente do sindicato FH, que promoveu a manifestação e que conta com 1,3 milhões de filiados na Dinamarca, país com 5,9 milhões de habitantes.
Segundo a polícia e a organização do protesto, na manifestação em Copenhaga participaram entre 40.000 e 50.000 pessoas, de vários pontos do país.
Os manifestantes concentraram-se em frente ao parlamento, segurando cartazes onde se podiam ler frases como "Tira as mãos dos nossos feriados" e "Diga não à guerra".
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, no poder desde dezembro, planeia acabar com o feriado religioso conhecido como o Grande Dia de Oração, observado desde o século XVII.
O Governo dinamarquês quer usar o dinheiro assim gerado para aumentar o orçamento da Defesa até atingir a meta da NATO de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030, em vez de 2033, como previsto anteriormente.
O executivo defende que a aceleração do calendário é necessária devido à invasão da Ucrânia pela Rússia há quase um ano.
Porém, os sindicatos dizem que o fim do feriado pode violar acordos coletivos.