Rússia acusa Kiev de preparar ataques a hospitais para se vitimizar
As autoridades russas denunciaram hoje que as Forças Armadas ucranianas estão a preparar uma ação de "provocação" na zona de Kramatorsk (leste), atacando hospitais e, em seguida, acusando as tropas russas de cometerem "crimes de guerra".
Para a agência russa que coordena os cuidados humanitários na Ucrânia, Kiev prepara-se para destruir um hospital, um centro de desintoxicação e clínicas para doentes oncológicos, com o objetivo de, em seguida, acusar Moscovo do bombardeamento de zonas civis.
As autoridades russas disseram ter informações dos serviços de informações que comprovam a chegada a Kramatorsk, na região de Donetsk, de agentes do Serviço de Segurança Ucraniano, acompanhados por jornalistas ocidentais, segundo informou a agência de notícias russa TASS.
De acordo com esta versão da agência russa, as instalações que devem ser alvo dos ataques ucranianos já foram evacuadas.
Moscovo considera que Kiev utilizará este tipo de "provocações" para "aumentar a pressão da opinião pública" nos países ocidentais, para que os aliados se sintam mais motivados para responder positivamente às exigências de apoio financeiro e militar do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.