Papa quer visitar Mongólia em final de Setembro e Índia em 2024
O Papa Francisco anunciou hoje que prevê visitar a Mongólia, provavelmente no final de setembro, a Índia em 2024, confirmando que pretende visitar países mais pequenos na Europa para não cair também na "globalização da indiferença".
Na conferência de imprensa a bordo do avião papal, no regresso da viagem à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul, iniciada na passada terça-feira, o Papa disse aos jornalistas que o acompanhavam que, embora esta deslocação tenha sido difícil, pretende continuar a viajar.
"Erva daninha não morre", brincou o Papa, acrescentando: "Não estou como no início do pontificado, está claro. Este joelho incomoda-me, mas está a melhorar", respondeu à imprensa, a propósito das futuras viagens internacionais.
Francisco confirmou que em 23 de setembro irá a Marselha, onde se celebrará um encontro dos bispos da zona do Mediterrâneo dedicado às migrações, e depois, "ainda que não esteja confirmado", deverá deslocar-se à Mongólia, onde se encontra o novo cardeal italiano Giorgio Marengo, que nomeou no último consistório e que é o mais jovem do colégio cardinalício.
Anunciou ainda que, em 2024, poderá ir à Índia, uma viagem que contava ter realizado no início do pontificado quando visitou o Bangladesh e a Birmânia, e que teve de adiar devido a problemas.
O Papa recordou ainda que participará, no princípio de agosto, na Jornada Mundial da Juventude, a realizar em Lisboa de 01 a 06 de agosto, que devia ter ocorrido em 2022 e foi adiada devido à pandemia de covid-19.
No que respeita a viagens, o sumo pontífice disse ainda que, na Europa, quer visitar "os mais pequenos" países, à semelhança de quando visitou a Albânia, que sofreu "a pior ditadura da história". "Assim também não caio na globalização da indiferença", frisou.
Francisco alertou também para a existência de guerras que estão a causar a "autodestruição" do mundo, citando, a título de exemplo, os "focos de guerra" em curso na América Latina.
Sobre a guerra na Ucrânia, o Papa disse "não ser a única", sustentando que, para haver "justiça", há que não esquecer países que estão em guerra há mais de dez anos, como a Síria ou o Iémen, e o que afetou a minoria 'rohingya' na Birmânia.
"Na América Latina, quantos focos de guerra existem", enfatizou.
"Há guerras que são importantes devido às consequências que têm, mas o mundo inteiro está em guerra. O mundo está a enfrentar a autodestruição. Temos de pensar seriamente sobre isto, porque uma bomba é lançada, e uma maior é lançada em resposta, e não sabemos como é que esta escalada vai acabar", defendeu.
Sobre a atual "praga" de venda de armas, mencionou a existência de "interesses económicos por detrás", exemplificando com o caso de África onde as armas são vendidas para que os conflitos tribais possam eclodir.
A propósito da Ucrânia, reiterou estar disponível para se encontrar tanto com o Presidente ucraniano, Volodomir Zelensky, como com o russo, Vladimir Putin, acrescentando que, de momento, não irá a Kiev se não puder ir a Moscovo. Explicou ainda que o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, já lhe respondeu, quanto a esta questão, mas que tudo será visto numa data posterior.
O Papa chegou na terça-feira passada à República Democrática do Congo, numa viagem que também o levou à República do Sudão do Sul, onde esteve desde sexta-feira, regressando hoje ao Vaticano.