Enfermeiros ingleses lançam apelo ao primeiro-ministro antes da greve
A líder do principal sindicato de enfermeiros do Reino Unido, Pat Cullen, instou o primeiro-ministro, Rishi Sunak, a apresentar uma nova oferta salarial "significativa" à organização, para evitar as greves previstas em Inglaterra na próxima semana.
Espera-se que na segunda-feira elementos do sindicato do Colégio de Enfermagem -- composto por 90% de mulheres -- adiram a uma paralisação em conjunto com outros trabalhadores do setor da saúde, como paramédicos ou pessoal de ambulância, afetos aos sindicatos GMB e Unite.
Na terça-feira, serão os membros do sindicato RCN, que representa dois terços dos enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) que aderem à greve.
Em carta enviada ao líder conservador, a que a cadeia britânica BBC teve acesso, Cullen faz "um apelo direto" a Sunak, pela primeira vez, e diz-lhe que uma oferta renovada "significativa" ou novas negociações poderiam suspender a ação.
"Peço-lhe que empregue este fim-de-semana para reajustar o Governo aos olhos dos cidadãos e demonstrar que está do lado dos contribuintes decentes e trabalhadores", refere Cullen na missiva.
Segundo a líder sindical, não poderia haver "maneira mais sensata" de demonstrar este compromisso do que "acabar com a greve dos enfermeiros".
Este renovado apelo ao executivo surge depois de o pessoal sanitário do NHS em Gales suspender a greve programada, após ter recebido uma proposta melhorada de 3% adicional, correspondente ao atual ano fiscal.
"Em consequência, cancelamos a nossa greve em Gales prevista para segunda-feira e terça-feira. Na Escócia, as negociações continuam sobre o pagamento adicional para o atual ano fiscal também e não se planearam greves", acrescentou Cullen.
O executivo conservador de Rishi Sunak considera que as exigências destes trabalhadores para melhorarem as suas condições não podem ser atendidas e mantém que os aumentos salariais são decididos pelos organismos independentes de revisão salarial.