Martins Júnior celebra última missa
Começam a chegar os fiéis para a última cerimónia do padre Martins Júnior. Após 53 anos de sacerdócio na paróquia de Nossa Senhora do Amparo, na Ribeira Seca, o sacerdote celebra hoje a última eucaristia.
Foi nomeado no ano de 1969 quando regressou do Ultramar. Para trás fica uma vida dedicada à igreja interrompida por algumas passagens pela política onde se destacam diversas eleições tanto como deputado regional como autarca.
Para o seu lugar, dentro de oito dias, a paróquia passa a ter Manuel Ramos como pároco que acumulará serviço na igreja matriz de Machico.
José Martins Júnior nasceu na freguesia e concelho de Machico em 1938, cumpre este ano 88 anos de vida.
Cursou o Seminário Diocesano onde mais tarde foi professor entre 1963 e 1965 tendo sido pároco na igreja do Espírito Santo, na paróquia do Porto Santo onde mais tarde fundou o grupo de folclore da localidade.
Em 1977 viria a ser suspenso ‘a divinis’ pelo então bispo da Diocese do Funchal, D. Francisco Santana mantendo um autêntico ‘braço-de-ferro’ com a igreja. Uma suspensão que levou 42 anos a ser revogada. Aconteceu há quatro anos quando o actual bispo, D. Nuno Brás decidir ‘rasgar’ o documento.
Pelo meio, em 1995, no Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas foi condecorado pelo então presidente Mário Soares. Vinte anos antes, em 1975 foi presidente da comissão administrativa da Câmara de Machico. Um ano mais tarde foi eleito deputado ao parlamento regional nas listas da UDP. Foi ainda presidente da Junta de Freguesia de Machico
Mais tarde, em 1989, concorreu às eleições autárquicas como independente e ganhou a Câmara Municipal de Machico. Em 1993 venceu novamente, mas desta vez pelas listas do PS. Após dois mandatos de liderança na autarquia decide não candidatar-se e dedicar-se ao parlamento, momento que fica até 2007.
Foi fundador, em 1999, do Centro Cívico Cultural e Social da Ribeira Seca.
É autor de uma centena de músicas motivo que o leva a editar um CD, em 2004, denominado Machico Terra de Abril.