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Mais de 2.000 detenções na Índia em operação contra casamento infantil

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Mais de 2.000 pessoas foram detidas no nordeste da Índia, numa operação policial contra a prática ilegal do casamento infantil, informou a polícia.

A Índia tem mais de 220 milhões de casamentos de menores, de acordo com os números da ONU, mas o número de casamentos de crianças diminuiu acentuadamente desde este século.

A campanha no estado de Assam começou depois do chefe do estado, Himanta Biswa Sarma, ter apelado à ajuda do público para a abolição de uma "prática maligna".

Segundo o responsável, quase uma em cada oito mulheres em Assam ficou grávida antes dos 18 anos, o que resultou em taxas elevadas de mortalidade infantil e materna.

O diretor-geral da polícia do estado, GP Singh, disse que 2.044 pessoas tinham sido detidas, incluindo 52 padres e funcionários locais por permitirem casamentos de crianças.

O responsável precisou que as raparigas estavam a ser casadas com apenas 12 anos. E a acrescentou que a polícia tinha identificado um total de 4.074 casos para investigação.

A idade legal do casamento na Índia é de 18 anos, mas milhões de crianças são ainda forçadas a casar numa idade mais jovem, especialmente nas zonas rurais pobres.

Muitos pais casam os filhos jovens na esperança de melhorar a sua segurança financeira.

As consequências destes casamentos podem ser devastadoras, uma vez que as raparigas têm de deixar a escola para cozinhar e limpar para os seus maridos, enquanto sofrem problemas de saúde devido a gravidezes na adolescência.

Em 2017, o Supremo Tribunal da Índia decidiu que ter relações sexuais com um menor é necessariamente uma violação, mesmo que as duas pessoas sejam casadas, uma decisão bem recebida pelos ativistas dos direitos humanos.