Começou em 2010 com dois trabalhadores e hoje já conta com 13
Com volume de trabalho para empregar mais cinco trabalhadores a InoxLobos queixa-se da falta de mão de obra
Tendo iniciado a actividade com apenas duas pessoas no ano de 2010, então num armazém com 40 m2 de área localizado no Estaleiro Naval de Câmara de Lobos, a InoxLobos Construções Metálicas Unipessoal Lda., propriedade de Sérgio Jesus, desde 2017 que tem instalações próprias na Camacha – próximo do Parque Empresarial –, conta presentemente com 13 colaboradores e tem vindo a registar anualmente um volume de negócios próximo do milhão de euros.
Antes da deslocalização da empresa para a Camacha, a InoxLobos passou pelo Parque Empresarial de Câmara de Lobos. Em 2017 “surgiu esta oportunidade de podermos [na Camacha] adquirir instalações próprias”, daí a razão que esteve na origem da troca de concelhos. “Adquirimos aqui o espaço, que é nosso, e adaptamo-lo”, justificou o empresário.
“Temos outras condições de trabalho quer em espaço, quer na logística, é muito melhor estarmos aqui”, admitiu, embora com a ressalva que “Câmara de Lobos deixa saudades”.
A empresa do sector da metalurgia, especializada no fabrico/transformação aço inox – actividade principal – e aço carbono (ferro), tendo em vista todas as aplicações na construção civil – incluindo estruturas metálicas – e naval, recebeu hoje a visita do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que acompanhado do secretário regional de Economia, Rui Barreto, deu continuidade ao ‘roteiro da economia’ visitando empresas madeirenses.
Garante que “trabalho não tem faltado”, mas falta, ou melhor, denuncia “alguma limitação em poder conseguir mão de obra” que reconhece ser um problema generalizado.
Tendo em conta o volume de trabalho que tem obrigado a empresa a “trabalhar à velocidade de cruzeiro” e “quase no nosso limite com os recursos que temos”, face às muitas solicitações, Sérgio Jesus garante que “há trabalho, seguramente, para mais quatro a cinco pessoas” referindo-se ao número de colaboradores que gostaria poder contratar, caso houvesse interessados qualificados para o sector de actividade que desenvolve.
Lamenta a dificuldade que é recrutar trabalhadores, apesar de assegurar que a profissão “é bem remunerada”.
Na origem do problema está a emigração dos técnicos especializados, e esses que emigraram “já não voltam”, acrescida de outros de idade mais avançada que anteciparam a reforma.
Para agudizar a falta de mão de obra lamenta que seja “difícil captar os jovens” para iniciar a “arte” na metalurgia, profissão que além de ser bem paga, garante estabilidade profissional.
Em jeito de apelo, defende mais “atenção à formação profissional” por reconhecer que esta “não é virada para ‘as ovelhas negras’ da sociedade, para aqueles que já não dão nada para a escola e que vão tirar um curso [profissional só] para terem a escolaridade obrigatória” quando no seu entender, o ensino profissional devia ser sobretudo encarado “como uma forma de poderem ter um futuro garantido em termos profissionais”. Exemplo disso é a InoxLobos, empresa que também se dedica à soldadura em alumínio e corte a jacto de água e a laser de metais e vidro com recurso a equipamentos CNC: desenho e execução do corte por computador; equipamento lê ficheiro e executa.
“Uma variedade de valências que permite-nos ser muito versáteis e abarcar grande parte das necessidades do mercado”.
Vocacionada exclusivamente para o mercado local, “porque não temos escala” e “é difícil competir com o exterior”, para Sérgio Jesus “o foco desta empresa é a qualidade do trabalho e do serviço. Prefiro ter e manter uma estrutura dimensionada para o mercado local mas que a qualidade do trabalho e do serviço seja intocável”. Prova disso, assinala com orgulho que grande parte dos novos clientes “chegam por recomendação de outros clientes”.