Congresso volta a rejeitar eleições antecipadas, protestos continuam nas ruas
O Congresso do Peru rejeitou pela terceira vez um projeto de lei para antecipar as eleições gerais para 2023 e para realizar um referendo sobre uma assembleia constituinte, duas das principais exigências dos protestos antigovernamentais.
Com 48 votos a favor, 75 contra e uma abstenção, o projeto de lei apresentado pelo partido marxista Peru Libre, ficou na quinta-feira aquém dos 87 votos necessários para aprovar a iniciativa legislativa de realização de eleições presidenciais e legislativas no segundo domingo de julho.
O longo debate seguiu-se à rejeição, na quarta-feira, de outro projeto de lei que propunha a realização de eleições intercalares em dezembro, o que significaria eleger novos representantes para os poderes executivo e legislativo, cujos mandatos tiveram início em 2021 e terminam em 2026.
A demissão da Presidente, Dina Boluarte, a dissolução do Congresso e a convocação imediata de eleições para uma assembleia constituinte, a punição para os responsáveis policiais e militares envolvidos na repressão dos protestos e a libertação do ex-Presidente Pedro Castillo, são as principais reivindicações dos manifestantes, provenientes das zonas mais pobres do país.
Castillo foi acusado de promover um "golpe de Estado" constitucional e encontra-se em prisão preventiva desde o início de dezembro
Esta quinta-feira, milhares de pessoas voltaram a manifestar-se nas ruas no centro de Lima.
Pelo menos 65 pessoas morreram nos protestos, de acordo com as autoridades.