Um homem e uma mulher, acusados de tráfico de droga, que terá sido transportada de Lisboa para a Madeira dentro de um aparelho de ar condicionado, declararam-se hoje inocentes na primeira sessão do julgamento no Tribunal da Madeira.

De acordo com a acusação do Ministério Público, o arguido, de 46 anos, dedicava-se à venda de droga desde data não determinada, "mas anterior a 6 de Fevereiro" de 2022, e "socorreu-se" da arguida, residente em Lisboa, que enviou cocaína e haxixe para a região por via marítima.

A arguida, de 29 anos, terá enviado 18 quilos de haxixe e 3,3 quilos de cocaína dentro de um aparelho de ar condicionado, através de um transitário.

O arguido foi detido na manhã de 14 de Fevereiro do ano passado, na freguesia de Santo António, pela Polícia Judiciária, tendo ficado em prisão preventiva. Já a arguida, ficou sujeita a apresentações periódicas às autoridades.

Hoje, perante o coletivo de juízes, presidido por Teresa Sousa, o homem, que já tinha sido anteriormente condenado a cinco anos de prisão efetiva por tráfico de droga, afirmou que desde que foi libertado não se dedicou mais aquela atividade.

"Eu estou aqui a ser incriminado por um crime que eu não tenho nada a ver. Eu sou inocente nisto", disse, acrescentando que não conhece a arguida e nunca falou com ela.

O arguido contou que estava a descer as escadas de um prédio, no Funchal, no qual tinha realizado uma obra, quando foi detido pela Polícia Judiciária ainda dentro do edifício.

Segundo a versão do arguido, o funcionário do transitário estava na rua com uma caixa, mas não chegou a receber o aparelho de ar condicionado, pois foi de imediato algemado pelos inspetores da PJ.

Por seu turno, a arguida indicou que estava num relacionamento com uma pessoa, que lhe pediu para comprar um aparelho de ar condicionado, em Sintra, e enviar para a Madeira para um primo. Disse também desconhecer o arguido.

Por sua vez, o funcionário do transitário, testemunha no processo, afirmou que o arguido pediu-lhe para entregar a encomenda na morada onde estava a realizar uma obra, na freguesia de Santo António, no Funchal, e, feita a entrega, chegou de imediato a PJ.

O julgamento prossegue à tarde com a audição de mais testemunhas.