Madeira

"Pedir ajuda psicológica é um sinal de força" e não de fragilidade

PSP da Madeira e SESARAM assinam protocolo para prestação de apoio psicológico aos polícias do Comando Regional

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O comandante do Comando Regional da PSP da Madeira, Superintendente-Chefe Luís Simões, falou de "um importante protocolo", cuja assinatura vinha a ser adiada desde 2019, por razões várias, uma vez que o suicídio é um problema social grave e que exige apoio profissional imediato. "Existem muitos estigmas relativamente à saúde mental", apontou, considerando que pedir ajuda é "um sinal de força" e não de fragilidade.

O responsável máximo pela PSP da Madeira apontou a "cultura profissional" dos polícias como um dos impedimentos, assim como os mecanismos de que dispõem para "mascarar os problemas".

A taxa de suicídio nas forças de segurança já chegou a ser superior, duas a três vezes, à taxa de suicídio na população em geral, observou.

Problemas relacionais, maior número de processos ao serviço, casos de dívidas, alta taxa de absentismo são alguns dos pontos que merecem atenção por constituírem factores de risco.

O Comando Regional da Polícia de Segurança Pública dispõe de vários 'Elementos de Ligação à Psicologia', espalhados nas várias esquadras da Região, que procuram prestar a ajuda possível aos seus colegas, mesmo junto daqueles que apresentem reticências a esse acompanhamento.

O secretário regional de Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, que falava, no âmbito deste protocolo de colaboração entre a Polícia de Segurança Pública e o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, para prestação de apoio psicológico aos polícias do Comando Regional, reforçou a necessidade de trabalhar para a questão da saúde mental, nomeadamente por forma a evitar as suas implicações nos profissionais que diariamente andam no terreno.

O governante fez questão de lembrar o "circuito confidencial" que vai envolver este protocolo.

"A Região Autónoma da Madeira apresenta o melhor rácio de psicólogos do País", com um 74 profissionais no Serviço Regional de Saúde, observou ainda Pedro Ramos, o que é demonstrativo da "capacidade de resposta" regional.