Concluídas buscas por desaparecidos após fortes chuvas no Brasil e há 65 mortos
As autoridades brasileiras concluíram hoje as buscas por desaparecidos após as fortes chuvas que atingiram há uma semana o litoral da cidade de São Paulo, com um balanço final de 65 mortos, dos quais seis resgatados hoje.
O anterior balanço, também divulgado hoje, apontava para 64 mortos e o registo de uma pessoa desaparecida, segundo o governo regional, mas horas depois as autoridades brasileiras afirmaram que já não havia desaparecidos, elevando para 65 o total de mortos, e anunciaram o fim das buscas.
As autoridades brasileiras localizaram hoje mais seis corpos entre os estragos causados pelas fortes chuvas no litoral de São Paulo, indicando que essas últimas seis vítimas foram encontradas em São Sebastião, a cidade mais afetada pelos temporais que assolaram no último fim de semana aquela região turística, localizada entre o mar e a serra.
Num bairro humilde de São Sebastião, as equipas de resgate encontraram o corpo da última pessoa desaparecida, vítima de um deslizamento de terra causado pelas chuvas numa região serrana que, nas últimas décadas, foi ocupada de forma irregular, apesar de o risco representado pela construção.
O governo regional indicou que, dos 65 mortos, até ao momento foram identificados 55, que são 20 homens, 17 mulheres e 18 crianças.
Todas as mortes foram registadas em São Sebastião, exceto uma, que ocorreu na cidade vizinha de Ubatuba.
As chuvas torrenciais causaram numerosas inundações e deslizamentos de terra em pelo menos seis cidades ao longo da costa turística de São Paulo: São Sebastião, Caraguatatuba, Guarujá, Bertioga, Ilhabela e Ubatuba.
As autoridades referiram que "a prioridade agora é ajudar as famílias das vítimas" e o atendimento de 2.440 pessoas que perderam as suas casas ou tiveram de abandoná-las por estarem em áreas "instáveis" que ainda apresentam "altos níveis de risco".
Essas pessoas permanecem temporariamente alojadas em abrigos, igrejas, escolas e academias em São Sebastião, Ubatuba e outras quatro cidades, onde são atendidas por militares das Forças Armadas e funcionários das câmaras municipais.
As chuvas começaram na noite de 18 de fevereiro (sábado) e durante quase 48 horas fustigaram todo o litoral de São Paulo, numa altura em que a região estava repleta de turistas e em que decorriam as festividades de Carnaval.
O governo federal, em cooperação com as autoridades de São Paulo, disponibilizou ajuda financeira à região, em parte para a construção de casas em lugares seguros, que serão destinadas às pessoas que perderam a sua habitação.