Paulo Raimundo denuncia a ilusão do “suposto virar de ciclo de João Jardim com a chegada de Miguel Albuquerque”
Secretário-geral do PCP discursa na sessão de encerramento do XI Congresso Regional do PCP Madeira
Pela primeira vez na Madeira na qualidade de secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, assentou a tónica do discurso da sessão de encerramento do XI Congresso Regional do partido, nas desigualdades sociais e económicas.
“Enfrentamos graves problemas no plano social e económico. Problemas e dificuldades que resultam da política de direita que, ora pela mão do PS, ora por PSD e CDS, tem sido imposta ao País, e que aqui na Madeira somam as décadas de governação regional pelo PSD. Anos e anos de descarada protecção dos interesses dos grupos económicos, assente na criação de clientelas e dependências diversas que levam ao enriquecimento de uns poucos à custa da exploração dos trabalhadores e do empobrecimento do povo”, afirmou.
Dirigindo-se em particular à governação regional, denunciou: “Sabemos bem que houve quem se iludiu com a propaganda do suposto virar de ciclo de João Jardim que a chegada de Miguel Albuquerque representaria. Ai está a vida de todos os dias, tal como denunciamos e previmos, a desmontar peça por peça essa ilusão. Com mais ou menos CDS, o que a realidade revela é que o PSD prossegue na Região o que lhe está na sua natureza e objectivos, servir os interesses do grande capital, favorecer os grandes negócios, dar força à especulação”, acusou.
Referiu-se à construção do novo Hospital da Madeira “pelo qual o povo madeirense tanto lutou e que teve na iniciativa do PCP na Assembleia da República e na Assembleia Legislativa Regional uma contribuição muito importante, tem que passar a ser uma realidade o que exige investimento, recursos técnicos e profissionais. Opção que obriga o Governo Regional a esse investimento e desde logo a travar o negócio da doença que os grupos privados procuram levar por diante. Fazer das injustiças forças para lutar, é este o apelo do PCP”, sustentou.
Não esqueceu a luta com resultados e avanços como sucedeu com a ARM, na Empresa de Cervejas da Madeira, ou em algumas IPSS.
Referência ainda para a questão que particularmente aos madeirenses “é muito cara, a mobilidade, que conhece agora com a anunciada privatização da TAP uma nova ameaça a esse direito. Mais um golpe ao serviço público com prejuízos para a região, o País e a sua soberania”, disse.
Por último, foi “com confiança, com determinação e acima de tudo com a razão”, que Paulo Raimundo concluiu o discurso de encerramento do Congresso, ao manifestar uma forte convicção: “Vamos construir um grande resultado eleitoral, o resultado que interessa acima de tudo aos madeirenses e porto-santenses, mais votos, mais força e mais deputados eleitos pela CDU”.