Madeira

Secção da Diáspora e das Comunidades do PS-Madeira pretende “ouvir, dar voz e procurar soluções”

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O PS-Madeira apresentou, hoje, uma nova secção do partido – Diáspora e Comunidades. Como explicou o presidente Sérgio Gonçalves, é dedicada aos emigrantes madeirenses e luso-descendentes, nomeadamente, aqueles que regressaram à Madeira, mas também às pessoas, que não tendo origens na Região a escolheram para residir. A nova secção pretende “dar voz às comunidades regressadas e oriundas de outros países”. Sérgio Gonçalves acrescentou que o trabalho a desenvolver passa por ouvir as pessoas e procurar soluções para os problemas que apresentam.

A criação da secção é, igualmente, a concretização de uma proposta aprovada em Congresso e que integra a Moção de Estratégia Global com que Sérgio Gonçalves se candidatou a presidente do PS-Madeira.

O agora líder dos socialistas recusa a ideia de que a criação da secção seja uma resposta política ao PSD, que, há muito, apostou na comunidade luso-venezuelana, em especial, pelo efeito eleitoral que a mesma pode ter. Fê-lo, por exemplo, tentando associar o socialismo português ao Venezuela, apesar de serem bem diferentes, e, assim, combater o PS.

“O PS não se rege nem define a sua actuação em função do PSD. Nós temos uma agenda própria, nós temos soluções próprias, nós queremos assumir compromissos com a população.”

Sobre o voto dos migrantes, Sérgio Gonçalves recusa-se a particularizá-lo. O PS pretende conquistar “o voto de todos os que residem na Madeira e querem soluções diferentes das do actual Governo regional”.

TAP deveria ligar Portugal à África do Sul

Quem também participou no encontro, foi o presidente da Comissão Regional, Paulo Cafôfo, que também é secretário de Estado das Comunidades.

O ex-presidente do PS-Madeira, disse-se satisfeito com a criação da secção e pediu unidade política, na defesa dos emigrantes e no encontrar de soluções para os seus problemas. “O que tem acontecido, por parte do PSD, é usar as comunidades com fins político-partidários. O que o PS pretende é valorizar e apoiar, não usar, as comunidades.”

Sobre as soluções concretas, um dos problemas que se colocam é o das equivalências dos cursos superiores, como realçou Marlene Pereira Sousa, que lidera a secção. O problema é o não reconhecimento dos diplomas, por parte das ordens profissionais em Portugal. Algo que obriga os emigrantes a trabalharem em áreas que nada têm a ver com a sua formação ou a voltarem a emigrar. No caso dos vindos da Venezuela, os novos destinos são Espanha e Panamá.

Paulo Cafôfo integrou as equivalências no conjunto das “reivindicações justas”, que os emigrantes fazem, mas foi mais longe. É algo de que Portugal precisa. Da sua mão-de-obra.

Outra das reivindicações são as ligações a Portugal, nomeadamente através da TAP.

O secretário de Estado também desejaria que todas as comunidades madeirenses tivessem ligação directa à Madeira, mas reconhece que isso nem sempre é possível. O que já tem dificuldade em aceitar é que a TAP, que é a companhia que mais viaja para o hemisfério Sul, não ligue Portugal à África do Sul. Algo em que tem trabalhado e vai continuar.

No entanto, garante, é preciso persuadir a TAP, não apenas com o argumento da saudade, mas com a racionalidade de se tratarem de mercados naturais, com rentabilidade muito provável.

Sobre a África do Sul, o problema estará ligado à escassez de aviões da TAP para essa resposta.

Uma das pessoas, que estiveram no momento que marcou o início da secção, que decorreu na sede regional do PS-Madeira, foi outro dirigente da nova estrutura, Jesus Santana.

Nascido na Venezuela e há cinco anos na Região, deixou um apelo à unidade de todos os madeirenses, independentemente do sítio onde vivam.