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Foi há um ano atrás que Putin disse aos seus que ia ali e já vinha. Coisa rápida, Uma “operação especial” que os levava de manhã e regressavam à noite. Passariam por Kiev e resolveriam a demanda logo ali.

Nada disso sucedeu. E o primeiro grande engano aconteceu. Agora não tem como voltar atrás. Nem como explicar internamente o fracasso de uma prova de força que seria célere e eficaz, nem o doloroso insucesso bélico, pelo menos até ao momento.

Entretanto, em dia histórico, Putin convocou plateia para discursar sobre o Estado da Nação. Da dele. E anunciou, para exclusivo consumo interno, que afinal é o Ocidente que está a atacar a Rússia! Não, não são eles que estão a destruir um estado soberano infringindo a Carta das Nações Unidas. Que pobre, hipócrita e repetitivo discurso para enganar tolo que seja muito tolo.

Por sua vez, Biden deslocou-se à Ucrânia e assumiu que permanecerá solidário e apoiante pelo tempo que for preciso. Com certeza corresponderão actos subsequentes para a defesa integral e a tempo do país agredido. Que, ao fim, luta por todos nós, defendendo as fronteiras da democracia.

Passado um ano nenhuma das partes ousou falar de cessação das hostilidades. A vitória da Rússia significaria a anexação de territórios alheios. A da Ucrânia a retomada das regiões ocupadas e a retirada do país invasor. Ora, nem uma, nem outra, se afiguram plausíveis no curto prazo. A guerra está para durar. E o sofrimento inocente ainda não é aqui que vai parar.

Até que, no dia seguinte, apareceu a China. Com uma fórmula de paz no bolso. Que, para já, não evita a guerra, mas pode pôr os interessados a conversar. Zelensky estará disponível. E Putin?