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Frente MarFunchal: uma aposta ganha e de futuro

É uma satisfação ter chegado ao final de 2022 e verificar que a Frente MarFunchal deixou de estar em falência técnica, tendo, inclusivamente, terminado o ano com um saldo positivo de cerca de 100 mil euros

Quando chegámos à Câmara Municipal do Funchal, em outubro de 2021, o cenário não era mesmo nada animador para a Frente MarFunchal. Como certamente estão recordados os funchalenses, a vereação da “Confiança” queria forçar a dissolução desta empresa municipal, com um historial negativo, não só de dívidas e de salários em atraso, mas também de “agência de emprego”, para militantes e simpatizantes partidários, da então geringonça que governava o município.

Desde a primeira hora, o nosso entendimento era outro. Ainda antes de tomarmos posse, visitei a Frente MarFunchal e deixei aos trabalhadores o compromisso de que, connosco, não haveria o encerramento da empresa, de que iríamos encontrar a solução para a viabilizar, razão pela qual, aliás, tanto o PSD e o CDS tinham chumbado, anteriormente, em Assembleia Municipal, a proposta da “Confiança Socialista”, que não salvaguardava os postos de trabalho nem protegia devidamente os direitos dos trabalhadores.

Nessa visita, em 2021, afirmei que não iria pôr em risco o funcionamento da empresa, para proteger pessoas que estavam a receber o ordenado, mas que nem sequer compareciam ao trabalho. Disse mais: que iríamos rever todas as situações e alterar o que fosse necessário para inverter a trajetória suicida para a qual a empresa se precipitava há já algum tempo.

O processo de reverter a situação da Frente MarFunchal, de evitar a sua dissolução e transformá-la numa empresa municipal capaz, começou com a escolha de Rui Cortez para a administração, cujo trabalho, assente na credibilidade, melhor gestão, rigor e profissionalismo, agradeço.

É uma satisfação ter chegado ao final de 2022 e verificar que a Frente MarFunchal deixou de estar em falência técnica, tendo, inclusivamente, terminado o ano com um saldo positivo de cerca de 100 mil euros.

Nunca é demais relembrar que esta empresa municipal fechara 2020 com 1,7 milhões de euros de dívida e que, quando entrámos na Câmara do Funchal, tivemos de injetar 600 mil euros para pagar ordenados e mantê-la em funcionamento.

Os resultados positivos agora alcançados só foram possíveis graças à profunda transformação na gestão da empresa e à estratégia que decidimos implementar. Saliento ainda que a reestruturação da Frente MarFunchal, que levou à saída de alguns funcionários, já está encerrada, tendo sido possível chegar a acordo com as partes, sem que qualquer processo tivesse chegado a tribunal, até porque esta administração sempre defendeu, na íntegra, os direitos e obrigações das partes e sempre pugnou pela paz social na empresa, o que, antes, infelizmente, não acontecia.

Daí que reafirme que, em boa hora, decidimos manter a empresa a funcionar, contra todas as narrativas da oposição e da anterior presidência e vereação, que a queriam, à força, encerrar, revelando-se incapazes de implementar uma boa gestão dos dinheiros públicos.

Com estes excelentes resultados, foi ainda possível realizar investimento e abater o passivo da empresa, que agora pode concorrer a fundos comunitários. Uma mais-valia, que permitirá desenvolver projetos importantes para Frente MarFunchal e para os utentes das praias e complexos balneares do Funchal.