Madeira

Albuquerque salienta incapacidade da TAP responder às regiões autónomas e comunidades

Presidente do Governo Regional esteve, hoje, na lota do Caniçal

None

O presidente do Governo Regional salientou, esta manhã, a incapacidade de a TAP responder às necessidades das Regiões Autónomas e também das comunidades, motivo pelo qual não ficou surpreendido com o anúncio de que não haverá voo direto entre Caracas e a Madeira, nem entre o Porto Santo e o Porto, durante o Inverno.

"Todo este processo da TAP tem sido um desastre. Tem sido um desastre para os contribuintes. Tem sido um desastre para a companhia e neste momento as operações para a Madeira já não dependem da TAP dependem dos operadores que têm preenchido aquilo que a TAP não tem feito", referiu Miguel Albuquerque à margem de uma visita à lota do Caniçal.

Na ocasião, o governante recordou que enviou uma carta à presidente da TAP, aquando da sua visita à Venezuela, para alertar para a necessidade do reforço das ligações às comunidades, mas que tal não foi acolhido. "É difícil, mais uma vez, nós invocarmos a necessidade de uma companhia de bandeira se essa companhia de bandeira não tem capacidade, ou não está vocacionada, para compreender aqueles princípios que justificaram a nacionalização, que era a ligação às regiões autónomas e a ligação às comunidades", referiu.

Além disso, indicou que não existem benefícios para os contribuintes com a renacionalização da companhia. "Para Caracas é uma ligação que a TAP não consegue reforçar. Para as regiões autónomas, como vocês constatam, neste momento, há um conjunto de companhias, uma delas vem preencher 20% da oferta da ligação presente como a Ryanair, que não custa um tostão aos contribuintes", disse.

Aposta na formação de pescadores

Miguel Albuquerque frisou, na sua visita à lota do Caniçal, a necessidade da aposta na formação de pescadores, para que possam tirar maior proveito da sua faina. 

"Há um conjunto de empresas, sobretudo de transformação de peixe, que estão a trabalhar muito bem ou seja para valorizar o produto, mas o grande desafio que nós temos é que os homens do mar tenham maior rentabilidade, ou seja, os pescadores ainda tirarem mais o melhor partido da faina", disse o governante.

O líder do Governo Regional diz ser crucial a formação sobre o tratamento do pescado e a forma de o capturar. "Estamos a falar aqui de algumas espécies que para nós são um desafio: o atum-rabilho tem sido vendido a uma média de 15 euros ao quilo e toda a gente sabe que é um atum que é procurado em toda a Europa, portanto, neste momento, o que era importante era nós conseguirmos concentrar, no quadro da formação, um conjunto de técnicos ou especialistas mesmo estrangeiros, para melhorar o valor do produto das nossas capturas", explicou.

O presidente do GR esteve no Caniçal onde foi instalada uma nova máquina de gelo. A máquina anterior produzia "sensivelmente sete ou oito toneladas e tinha uma capacidade de armazenamento muito reduzida e essa nova infraestrutura tem a capacidade, neste momento, de produzir cerca de 20 toneladas por dia e tem uma capacidade de armazenamento de 60 toneladas".

"Foi um investimento importante que já está em funcionamento. Nós começámos a testá-la desde o verão passado e neste momento está a funcionar muito bem e acho que corresponde àquilo que são as expectativas dos nossos pescadores e dos nossos armadores de pesca", concluiu.