Madeira

Regimentos militares dos Açores e da Madeira são os que "têm maior atractividade"

Foto Arquivo
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O papel de apoio às populações das Forças Armadas nos Açores e na Madeira dá-lhes maior visibilidade, o que pode justificar o maior interesse pela carreira militar nos arquipélagos, adiantou hoje o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

"Os regimentos que têm maior atratividade são os das regiões autónomas. Talvez porque aqui, como há esta visibilidade, acaba por ser muito prestigiante para os jovens prestarem serviço nas Forças Armadas", avançou, em declarações à Lusa, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, António Silva Ribeiro.

O responsável falava, em Angra do Heroísmo, nos Açores, numa sessão de divulgação das Forças Armadas com alunos do 9.º ao 12.º anos da Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, integrada nas comemorações do 30.º aniversário do Comando Operacional dos Açores.

Segundo o almirante António Silva Ribeiro, cabe ao Comando Operacional dos Açores "coordenar todas as operações militares" na região, o que se torna especialmente relevante nas emergências civis, como sismos e erupções vulcânicas.

O papel do Exército no apoio às populações em catástrofes naturais e o papel da Força Aérea e da Marinha nas missões de busca e salvamento no mar ou nas evacuações aeromédicas entre ilhas ou para o continente conferem uma "maior visibilidade" às Forças Armadas nos Açores, segundo o Chefe de Estado-Maior-General.

"Os militares estão sempre empenhados nestas missões de caráter humanitário de prestar apoio às populações e isso faz com que as populações dos Açores olhem para os militares de uma forma mais abrangente do que aquela que tem a ver apenas com o cumprimento das missões militares", salientou.

É sobretudo em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, que há maior adesão dos jovens às Forças Armadas, mas também em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, onde se realizaram hoje duas sessões de divulgação com crianças e jovens.

"Com estes programas o que visamos é abrir as Forças Armadas aos jovens, para que eles percebam que as Forças Armadas existem para servir os portugueses", frisou o almirante António Silva Ribeiro.

O Comandante Operacional dos Açores, Morgado Baptista, ressalvou que não são ações de recrutamento, mas defendeu a importância do contacto com os jovens.

"Temos ido a escolas em todas as ilhas e vamos continuar a fazê-lo, porque entendemos que é importante estarmos próximos dos jovens. Eles são os líderes de amanhã e assim entenderão melhor qual é o papel das Forças Armadas e compreenderão qual é a sua missão, os seus valores e de que forma estão efetivamente ao serviço dos portugueses", apontou.

O tenente-general Morgado Baptista considerou igualmente que "a missão das Forças Armadas no apoio às populações é muito visível no contexto da região autónoma".

"Há um sentimento de grande proximidade entre as populações açorianas e as Forças Armadas. Elas entendem, com muita facilidade, qual é o seu papel, no seu dia a dia, porque contam com elas, sempre que é necessário", vincou.

Segundo Morgado Baptista, em 2022, o Comando Operacional dos Açores "beneficiou de um investimento significativo na sua capacidade de gerir informação", que se "materializou na edificação de um centro de operações, reapetrechado e modernizado", em Ponta Delgada.

"Estamos, nesta fase, a iniciar a utilização de uma nova valência, que são os sistemas aéreos não tripulados, que vulgarmente são conhecidos por drones, e que também vão ser importantes no apoio ao processo de tomada de decisão, mas também para o apoio a outras entidades da região, que ainda não dispõem dessas capacidades para poder beneficiar destas valências nos contextos até de situações no âmbito da Proteção Civil ou de outro tipo de tarefas, em que uma perspetiva vista do ar pode ser importante", acrescentou.

Os desafios do comando, que completa 30 anos, são, por isso, para o comandante, "consolidar estas novas capacidades", mais do que "abraçar novas ideias".