"A democracia exige sacrifício dos cidadãos"
Miguel Albuquerque sobre o impacto da continuação da Guerra na Ucrânia
“A democracia exige sacrifício dos cidadãos. Nós, neste momento, tivemos um surto de inflação devido a esta guerra, tivemos uma carência – também já com a pandemia – no abastecimento de matérias-primas, temos algumas dificuldades nas nossas economias, mas isso não é nada comparado com os sacrifícios que o povo ucraniano está a fazer”. Palavras do presidente do Governo Regional da Madeira, no dia em que se assinala um ano da invasão russa ao território ucraniano.
Sobre o impacto da continuação deste conflito – que nas palavras de Miguel Albuquerque “vai-se arrastar-se” – o governante acredita precisamente que a guerra exigirá “uma maior resistência e uma maior concentração de recursos”.
“Eu não estou a ver que neste momento haja uma solução sequer negociada”, apontou, salientando que “não é possível estabelecer relações contractuais ou tratar como parceiros normais ditaduras”. A título de exemplo referiu a dependência do gás russo em países como a Alemanha, acrescentando “a Europa vai-se libertando gradualmente dessa dependência”.
[A guerra na Ucrânia] é, do meu ponto de vista, um beco sem saída para a Rússia. A Rússia neste momento está a entrar num processo de arcaização Ou seja, a Rússia vai perder todos os surtos de modernidade a sua sociedade (…). A Rússia é um país muito grande que está em quebra demográfica. Neste momento já houve a redução das vendas do gás russo, que desceram de 46 por cento num ano”, reforçou Albuquerque.
O presidente do Governo Regional diz ainda que “a inflação vai descer”, devido às medidas que já foram tomadas pelo Banco Central Europeu. “É provável que já nesse segundo semestre a inflação venha a descer”, conjectura.
Ano de 2022 com crescimento “assinalável” para mediadora de seguros
Miguel Albuquerque falava à margem de uma visita ao escritório da MDS Win Broker Seguros, no Funchal, que – conforme revelou o líder do executivo madeirense – tem a particularidade de ser uma empresa que tem uma participação de 40 por cento de jovens empresários madeirenses.
“É muito importante, porque são jovens profissionais, que têm de facto uma empresa aqui na Madeira, que paga aqui impostos, que assume os riscos das empresas da Madeira nos seguros. Têm uma carteira de clientes muito boa e estou muito satisfeito e queria dar os parabéns a estes jovens”, relevou Albuquerque.
Mário Brazão, sócio-gerente da empresa, que está presente na Madeira deste 2018, destacou o crescimento “assinalável” da MDS Win Broker Seguros no ano transacto.
“O ano de 2022 foi um ano francamente bom (…).Nós fechamos o ano de 2022 com um crescimento na ordem 25 por cento; gerimos uma carteira na ordem dos 13 milhões de euros e facturamos cerca de 1 milhão e 300 mil euros em comissões”, indicou o empresário, perspectivando um bom 2023, que de resto “está a começar também de uma forma bastante positiva”, disse.
Neste momento, a MDS Win Broker Seguros conta com uma equipa multidisciplinar de 11 colaboradores, distribuídos por duas lojas, além do escritório hoje visitado (cito à Rua de São Francisco), “destinado aos riscos empresariais”.
“Curiosamente abrimos em plena pandemia”, frisou ainda a propósito Mário Brazão.
A MDS é uma multinacional foi fundada no Porto há 35 anos. Desde de Dezembro de 2022, é completamente participada pelo grupo Ardonagh, o maior corrector independente no Reino Unido.
A empresa é especializada em consultoria e corretagem de seguros e gestão de riscos e tem presença directa em sete países: Portugal, Espanha, Angola, Moçambique, Brasil, Suíça e Malta. Está ainda presentes noutras latitudes por intermédio da Brokerslink, correctora global que gere uma rede de ‘brokers’ [agentes que fazem a interligação entre um comprador e um vendedor] em cerca de 120 países.