“Tratamento penitenciário é um problema de todos”
Mais de 100 alunos da 'Francisco Franco' assistiram, hoje, a uma conferência sobre acolhimento de reclusos
"O tratamento penitenciário não começa e acaba na prisão. É um problema de todos", começou por transmitir Armando Coutinho Pereira, perante uma plateia cheia (mais de uma centena de alunos de quatro turmas de 12.º ano), que assistiram, esta tarde, à conferência 'O Acolhimento dos Reclusos uma abordagem à luz dos Direitos Humanos', na Escola Secundária Francisco Franco, no Funchal.
O orador, convidado - que é adjunto para o tratamento penitenciário do director do Estabelecimento Prisional do Funchal - procurou sensibilizar os mais novos a olhar a cadeia com "mais humanidade".
"Ninguém está livre de cometer um ilícito criminal e ir bater a uma prisão e, se lá for parar, quer que o seu familiar ou aquela pessoa em concreto seja tratada com dignidade. Que tenha direito a visitas, que tenha direito a ter contactos Skype, a dar continuidade aos seus estudos, à prática desportiva, a participar em projectos artísticos, etc.", salienta Armando Coutinho Pereira, acrescentando que o estabelecimento prisional funciona como um "ensaio de sociedade", em que quem prevarica é penalizado e quem cumpre as regras e se esforça é recompensado.
Uma mensagem particularmente pertinente tendo em conta a idade do público-alvo. Com efeito, esta conferência insere-se num projecto que é desenvolvido entre a Escola Francisco Franco e o Estabelecimento Prisional do Funchal, que visa dar a conhecer aos alunos essa realidade, explica a professora coordenadora do curso CEF de Serviços Jurídicos.
Jolina Gonçalves acrescenta ainda que este projecto desenvolve-se em duas fases, a primeira na qual os alunos têm a oportunidade de visitar o Estabelecimento Prisional do Funchal e, a segunda, em que se consubstancia numa palestra. Neste caso, dedicada à temática dos direitos humanos.