EUA avisam a China que haverá "consequências" se estreitar laços com a Rússia
O Pentágono alertou esta quarta-feira que haverá "consequências" para a China se aprofundar mais as relações com a Rússia, após o presidente russo, Vladimir Putin, ter-se reunido na terça-feira, em Moscovo, com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.
A vice porta-voz do Departamento de Defensa norte-americano, Sabrina Singh, disse, numa conferência de imprensa, que até agora momento não se viu que Pequim tenha entregado "ajuda militar à Rússia" para a guerra na Ucrânia, mas também é algo que está "fora de questão".
Sabrina Singh realçou que a China arrisca-se a cometer um erro de cálculo se continuar a apoiar a Rússia: "Esta é uma guerra que a Rússia lançou contra a Ucrânia, há quase um ano, que se completa no final desta semana, e certamente seria um erro de cálculo para China" fornecer ajuda "letal para a Rússia", acrescentou.
A 24 de fevereiro faz um ano que se iniciou a invasão russa da Ucrânia, um país que os EUA e aliados ocidentais estão a apoiar com milhares de milhões de dólares de ajuda militar.
Durante a sua reunião com Wang na terça-feira, Putin enfatizou que "a cooperação no cenário internacional entre a República Popular da China e a Federação Russa (...) é de grande importância para a estabilidade da situação internacional".
A China lançou uma proposta de paz para acabar com o conflito na Ucrânia, que, segundo os média, incluiria a defesa da integridade territorial, pedindo o fim das hostilidades e a proteção das instalações nucleares na Ucrânia e manifestando a oposição ao uso de armas químicas.
As primeiras reações de alguns diplomatas ocidentais à proposta de Pequim têm sido negativas, pelo facto de não contemplar a retirada das tropas russas do território ucraniano, o que consideram condição essencial para se iniciar um processo de paz.
Até agora, a China defendeu a integridade territorial da Ucrânia, mas não condenou a operação militar russa, que inclusive justificou pela expansão da NATO.