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Governo dos Açores diz que amarração de cabos submarinos a duas ilhas "aumenta resiliência"

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O Governo dos Açores considera que ter duas ilhas amarradas a uma estrutura "única e nova" de cabos submarinos "aumenta a resiliência e redundância da ligação" da região "ao resto do mundo", indica hoje em resposta a um requerimento.

"A descentralização em comunicações é uma boa prática. Ter duas ilhas dos Açores "amarradas" a uma estrutura única e nova em anel aumenta a resiliência e redundância da ligação dos Açores ao resto do mundo. Tratando-se de uma única infraestrutura de novos cabos submarinos de fibra ótica, numa topologia redundante de anel, os Açores não perdem a ligação direta a Lisboa, pelo contrário reforçam-na", escreve o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.

A resposta a um requerimento do Chega/Açores, consultada pela Lusa, é alvo de um comunicado daquele partido, no qual o deputado regional José Pacheco diz esperar "que a amarração em duas ilhas venha, efetivamente, reforçar a ligação dos Açores com o continente e a Madeira e não prejudique a competitividade de São Miguel, que é a ilha que mais contribui para o PIB regional e onde se concentra mais de metade da população dos Açores".

"Descentralizar a amarração dos cabos submarinos que ligam os Açores ao continente e à Madeira foi uma das recomendações do grupo de trabalho constituído para aconselhar o Governo da República quanto à melhor opção para a substituição do Anel CAM (Continente -- Açores -- Madeira)", observa o parlamentar, tendo por base a resposta hoje apresentada pelo executivo.

José Pacheco acrescenta que o Governo Regional "desconhece ainda a totalidade do detalhe técnico da solução" que servirá para substituir o atual Anel CAM - cuja responsabilidade é do Estado português -- mas garante que "ter duas ilhas amarradas a uma estrutura única e nova em anel, aumenta a resiliência e redundância da ligação dos Açores ao resto do mundo".

"Perante o anúncio recente do executivo que o novo Anel CAM deverá amarrar duas ilhas -- São Miguel e Terceira -- em vez de se concentrar, como até agora, apenas em São Miguel, o Chega quis saber qual a justificação do executivo para tal medida", recorda o deputado.

Na resposta, o Governo explica que uma das recomendações de "dezenas de especialistas e peritos" foi que o novo Anel CAM incluísse a amarração em duas ilhas distintas do arquipélago, descreve o deputado.

O Governo Regional reforça que não conhece em detalhe e pormenor a solução técnica proposta, esclarecendo "que São Miguel não ficará prejudicada com esta decisão", indica o Chega.

"Os impactos da nova infraestrutura, os seus benefícios e o acréscimo de capacidade e redundância serão muito relevantes para todas as ilhas da nossa região, sem quaisquer efeitos negativos em termos económicos e de competitividade que daí possam advir para a ilha de São Miguel", refere o executivo na resposta ao requerimento.

Sobre a operacionalidade do sistema a partir de 2024, "altura do fim de vida do atual anel", o Governo Regional diz que a informação de que dispõe "é aquela que foi transmitida pelo presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM)", em 23 de Janeiro, na Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, na Assembleia da República.

"Ou seja, que a Altice Portugal terá confirmado estar em condições de manter as operações atuais dos cabos submarinos até 2028, garantindo a empresa as ligações dos cabos até os novos estarem concluídos", refere o executivo.