A Guerra País

Açores com 201 refugiados ucranianos espalhados por sete ilhas

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Foto Shutterstock

Os Açores acolhem atualmente 201 refugiados ucranianos, que se encontram distribuídos por sete das nove ilhas do arquipélago, estando a maioria em São Miguel, revelou fonte oficial do Governo Regional.

Segundo informações prestadas à agência Lusa pela subsecretária regional da Presidência, existem nos Açores 201 cidadãos ucranianos registados no regime de proteção temporária, estando 116 em São Miguel, 34 na Terceira, 22 em Santa Maria, 13 no Faial, oito no Pico, cinco nas Flores e dois no Corvo.

Os primeiros refugiados ucranianos chegaram ao arquipélago em março de 2022, o mês seguinte à invasão da Ucrânia por parte da Rússia.

Desde o inicio da guerra, a chegada dos migrantes à região tem acontecido "paulatinamente, sem picos, sem pressões ou correntes organizadas", descreve o governo açoriano.

O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) ressalva, contudo, que o número de refugiados ucranianos na região pode ser diferente do valor registado no regime de proteção temporária.

"Poderá haver mais cidadãos que se deslocaram para a região, já com o pedido de Proteção Internacional efetuado e com morada do continente. Do mesmo modo, poderá haver cidadãos registados nos Açores que se deslocaram para o continente ou mesmo para outros países", indica o executivo regional.

Questionado sobre o acompanhamento feito aos refugiados, o Governo dos Açores indica que criou um "conjunto de medidas transversais com o objetivo de promover o acolhimento e a integração de pessoas provenientes da Ucrânia".

A subsecretaria regional destaca, por exemplo, que o Instituto da Segurança Social dos Açores (ISSA) assegura a "satisfação das necessidades necessárias à estadia, incluindo a alimentação".

"O Governo dos Açores garante o pagamento de prestações sociais e familiares aos cidadãos ucranianos refugiados em pé de igualdade com qualquer cidadão da região, bem como cuidados de saúde, prestados de forma integrada, no âmbito do Sistema Regional de Saúde", acrescenta.

Asseverando que tem "feito de tudo para criar as condições mínimas de segurança e dignidade" para aqueles cidadãos, o executivo açoriano afirma que tem "promovido a colocação e frequência do sistema de ensino, creches e ATL, por jovens e crianças ucranianas".

"É de apontar a positiva integração dos alunos ucranianos no sistema educativo, a qual se reflete em níveis satisfatórios de adaptação, assiduidade e aproveitamento escolar", assinala aquele departamento governamental.

Quanto ao alojamento, o Governo Regional garante a habitação "em parceria com outras entidades, promovendo igualmente apoios por via do programa Incentivo ao Arrendamento" nos casos de ucranianos sem famílias de acolhimento.

"O Governo do Açores, à semelhança da posição expressa desde a primeira hora da agressão russa à Ucrânia, permanece disponível para acolher e proporcionar aos cidadãos ucranianos em regime de proteção temporária uma receção e integração dignas que lhes permita normalizar as suas vidas, em paz e segurança", reforça.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).