Marítimo não pode descer
Sou de alma e coração do Nacional. Sofro com os insucessos do meu Clube e fico desiludido com o seu abandono por parte de dirigentes e sócios. Ninguém quer saber. Mesmo os que estão servidos. Mas sou madeirense e não tenho vista curta. A eventual queda do Marítimo na segunda Liga será o fracasso de todo um sistema que se mostra ultrapassado e, ninguém responsável, quer assumir culpas. Ao contrário do que possa parecer, os que nada fazem são os que mais responsabilidades têm. Fingir que não é com eles é, no mínimo, ridículo. A Madeira desta década de 20 fica manchada por não ter sabido manter de pé os seus principais clubes. A RAM tem de ter futebol de primeira ou então, o ranking nacional da economia, faz-nos parecer o que não somos. A Madeira de sucesso, destacada no todo nacional, só é verdade se também o for no futebol. Os dirigentes têm culpa. A gestão é deficiente e merece reparo. O Marítimo, nesta sua agonia actual, tem mostrado o que mais se quer: sócios e adeptos, alguns fanáticos, que amam o seu Clube, enchendo o estádio e acompanhando a equipa aos jogos nos extremos de Portugal. É natural o seu protesto perante a passividade de alguns assalariados. Marítimo e Nacional não podem descer, ainda que estejam na eminência de isso acontecer. Pressinto que os estejam empurrando, mas há demasiada falta de jeito para o futebol. O Las Palmas lidera a segunda liga espanhola e vai subir ao topo. O Maiorca segue a meia tabela da primeira Liga. Em contra ciclo estão os clubes insulares portugueses.
Miguel de Sousa