UE deu quase 12 mil milhões de euros em apoio militar desde início da guerra
Os Estados-membros da União Europeia (UE) mobilizaram quase 12 mil milhões de euros para a Ucrânia desde o início da guerra, entre o Mecanismo de Paz Europeu e as contribuições para fortalecer as Forças Armadas ucranianas.
Desde 24 de fevereiro de 2022, dia em que a Federação Russa entrou pela segunda vez na última década no território ucraniano, os 27 canalizaram um total de 3,6 mil milhões de euros ao abrigo do Mecanismo de Paz Europeu -- um instrumento cujo financiamento é obtido à margem do orçamento comunitário.
O restante valor, aproximadamente 8,4 mil milhões de euros, foi investido para robustecer as capacidades das Forças Armadas da Ucrânia. O apoio incluiu equipamentos militares e médicos, combustíveis, geradores e também aquilo que a UE descreveu como "plataforma concebidas para possibilitar força letal para fins defensivos", de acordo com a informação disponibilizada pelo Conselho Europeu.
A primeira tranche foi aprovada apenas quatro dias depois do início da invasão de Moscovo e acompanhou o primeiro pacote de sanções contra o Kremlin e seus associados.
E desde o início da guerra que a generalidade dos países da UE insistiu na necessidade de equipar Kiev com equipamentos e armamento que permitissem à Ucrânia repelir a ofensiva russa que, entretanto, ocupou quase na totalidade a região do Donbass, próxima da fronteira com a Rússia e com uma forte presença de forças paramilitares que querem a independência.
A maioria dos países do bloco comunitário prontificou-se de imediato a conjugar esforços com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) -- e outros países que apoiam a Ucrânia Noam coligação que ultrapassa as 50 nações -, para enviar equipamentos militares, munições, sistemas de defesa antiaérea e, mais tarde, veículos de combate -- em coordenação com a NATO.
A 07 de outubro do ano passados, os 27 Estados-membros avançaram com um programa de missões de treino de militares ucranianos, que deu origem à Missão de Assistência Militar da UE, com duas finalidades: contribuir para o capacitar os esforços das Forças Arandas da Ucrânia "conduzirem operações militares eficazes"; permitir ao país invadido defender a integridade territorial dentro "das fronteiras reconhecidas internacionalmente" e exercer com eficácia a sua soberania.
Esta missão tem um prazo de dois anos e participam também outros países, nomeadamente os que fazem parte da NATO.
O envio de armamento, sistemas de mísseis e veículos de combate nunca foi decidido apenas por Bruxelas, mas a Alemanha esteve no centro de um impasse criado a propósito do envio dos tanques Leopard 02, de fabrico alemão. Berlim quis garantias de que os Estados Unidos da América 'entrariam em jogo' com o envio dos Abrams.
Ultrapassado o diferendo, falta os países acordarem com as unidades que vão enviar -- Portugal já decidiu enviar três Leopard 02 A6, cuja entrega está prevista para o final de março, pendente de uma inspeção feita pelo fabricante.
No dia 09 de fevereiro, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deslocou-se a Bruxelas para participar na cimeira extraordinária do Conselho Europeu, onde exortou os líderes da UE a aumentarem o apoio militar à Ucrânia e para que o fizessem o quanto antes, de modo a precaver a expectável ofensiva russa no início da primavera.
O pedido incluiu aeronaves de combate, nomeadamente caças, mas até hoje os países da UE estão reticentes em acordar com envio de aviões, pelo receio de uma escalada sem precedentes da guerra. No entanto, de Bruxelas, surgiram na última semana 'ecos' a pedir o envio de aeronaves de combate, nomeadamente da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.