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Mais de 130 feridos no Noroeste da Síria após fortes abalos

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Foto EPA

Mais de 130 pessoas ficaram feridas em áreas ocupadas pelos rebeldes no noroeste da Síria, devido aos terramotos de magnitude 6,4 e 5,8 registados hoje na Turquia, duas semanas após o devastador sismo que matou milhares nos dois países.

Os abalos causaram ferimentos de várias gravidades e provocaram alguns deslizamentos de terras em áreas controladas pela oposição nas províncias de Idlib e Aleppo, no noroeste, adiantaram os socorristas das zonas rebeldes na Síria, os Capacetes Brancos.

"As nossas equipas estão a trabalhar para transferir os feridos para hospitais, inspecionar as áreas afetadas e limpar os escombros para reabrir as estradas para pedestres e ambulâncias", explicaram os socorristas.

Até agora, nenhuma nova vítima foi relatada nas áreas controladas pelo Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad, várias das quais foram severamente atingidas pelo terremoto de 06 de fevereiro.

O serviço de emergência nacional turco (Afad), localizou o epicentro do terremoto mais forte, de magnitude 6,4, no distrito de Defne, a sul da cidade de Antaquia, e registou uma segunda réplica, de magnitude 5,8, com epicentro em Samandag, ambas localidades na Turquia.

O abalo mais forte foi sentido na Síria, Jordânia, Chipre, Israel e até no Egito, noticiou a agência Associated Press (AP).

O alerta inicial de tsunami, devido à proximidade do epicentro à costa mediterrânica, foi cancelado pouco depois pelas autoridades turcas.

O ministro do Interior turco, Suleyman Soylu, adiantou que três pessoas morreram e 213 ficaram feridas.

Refik Eryilmaz, autarca de Samandag, a cidade costeira próxima onde ocorreu o segundo terremoto de hoje, referiu à estação NTV que vários prédios desabaram e não se sabia se tinha pessoas dentro.

A mesma fonte acrescentou que alguns moradores tinham-se refugiado do frio intenso nos restos de edifícios danificados pelos terramotos de há duas semanas, e pediu desesperadamente o envio de tendas para alojar a população.

De acordo com jornalistas da agência France-Presse (AFP), o abalo foi sentido com muita violência em Antaquia e Adana e provocou o pânico entre a população já fortemente atingida pela recente tragédia, levantando ainda grandes nuvens de poeira na cidade em ruínas.

Ahmet Ovgun Ercan, prestigiado geofísico da Universidade Técnica de Istambul, assegurou à estação HalkTV que este terremoto, que estimou de 17 segundos de duração, é um fenómeno normal e antecipou que alguns edifícios já danificados terão desabado.

Desde o terramoto de 06 de fevereiro, praticamente nenhum dos edifícios de Antaquia está habitável, mas há equipas de trabalho de remoção de entulho que podem ter ficado retidas devido a desabamentos.

Além disso, muitos sobreviventes têm o hábito de se reunir em torno de fogueiras em frente a edifícios desmoronados para ajudar na identificação de corpos e podem estar em risco se um edifício sobrevivente vizinho tiver desabado.

"Foi terrível, janelas partidas caíram sobre nós. Todos deixaram as lojas em pânico. Com a escuridão ainda não dá para ver o que aconteceu", realçou Ugur Sahin, repórter do jornal BirGün, à Efe por telefone.

Mais de 44.000 pessoas morreram na Turquia e na Síria na sequência de fortes abalos sísmicos no dia 06: ao terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter - com epicentro em território turco -- seguiram-se várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.

Na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aumentou para 84,5 milhões de dólares (79 milhões de euros) o pedido internacional de ajuda financeira destinado às vítimas destes sismos.

Segundo o Afad, mais de 6.000 tremores secundários foram registados desde os terremotos que devastaram o sul da Turquia e a Síria.