Muito se tem falado sobre o facto do Governo Regional, por via da Secretaria Regional da Saúde, não querer abrir as urgências do Centro de Saúde de Santana nem do Centro de Saúde do Porto Moniz, durante o período da noite. Para além de ser uma “birra” do presidente do Governo Regional – que não cumpriu a recomendação da Assembleia Legislativa Regional - e do Senhor Secretário Regional da Saúde, esta é uma decisão meramente política, mas também uma decisão que foi tomada como uma medida economicista! Ou seja, foi uma medida para cortar nas despesas do Governo Regional, porque existia muito betão para pagar e muitos ordenados chorudos aos nomeados “de confiança política” para pagar! E ainda hoje continua assim! Para o atual governo de coligação PSD/CDS, é melhor pagar o betão e os nomeados do que se preocupar com a saúde das pessoas! O raciocínio desta coligação PSD/CDS, é: as pessoas doentes vão ao privado e pagam!

Mas esta “novela” já começou há alguns anos. Muito se falou das “despesas imparáveis de Alberto João Jardim” durante dezenas de anos: Marinas abandonadas, heliportos que nunca foram usados, 12 estádios de futebol que custaram milhões, parques empresariais para “criação de gado”, centros cívicos e de multiusos, megalómanos, para terem ocupações de 50%. Para além das derrapagens financeiras das obras para inaugurar nos dias anteriores às eleições e que após o ato eleitoral voltavam as máquinas ao local para rebentar o que tinha sido feito e voltar a fazer de novo!

Mas voltando aos centros de saúde, é importante recordar que o governo do Dr. Alberto João Jardim (presidente do Governo da Madeira entre 16 de março de 1978 e 20 de abril de 2015), em 2011 apresentava uma dívida pública de 6,3 mil milhões de euros, dos quais 1.100 milhões terão sido ocultados, ou seja, escondidos para o Povo, que ia pagar - e ainda continua a pagar - não saber! Depois do caso “Cuba Livre” trazer ao conhecimento público esta dívida do Governo do PSD, havia necessidade de pagar esta dívida! Para pagar uma dívida é preciso cortar nas despesas! A solução do PSD e do presidente do Governo Regional, foi cortar na Saúde, porque para estes (des)governantes é mais importante “estourar” milhões de euros em obras que não servem para nada, do que gastar dinheiro na saúde das pessoas! Então, o “elo mais fraco” e que não haveria de provocar muito “estardalhaço”, foi encerrar as urgências de Santana e Porto Moniz, durante o período da noite. E, recorde-se a justificação do presidente do Governo Regional, Dr. Alberto João, em junho de 2014, dizendo que o “Governo não ia pagar horas extraordinárias durante toda a noite a médicos, enfermeiros e técnicos de saúde, porque existem indivíduos que resolvem tomar a bebedeira de vez em quando”. Realmente, esta afirmação reflete a consideração e (falta de) respeito dos nossos governantes pelo Povo do Norte da Ilha! A verdade é que, infelizmente, atualmente esta continua a ser a mesma “postura e atitude” de quem nos governa! Nem o CDS, que é governo na Câmara de Santana e que sempre defendeu a reabertura das urgências durante o período noturno, tem força para impor esta reivindicação!

Com estas opções políticas, o PSD e o CDS colocam em risco o socorro das pessoas nestes concelhos durante o período da noite, principalmente as pessoas idosas, porque não querem contratar mais pessoal médico e não querem arranjar uma alternativa, que poderia passar por um serviço SIV, que tem como missão garantir cuidados de saúde diferenciados com vista a melhorar os cuidados prestados em ambiente pré-hospitalar.

Prefere-se gastar mais 12 milhões de euros num campo de golfe - depois dos 8 milhões que já foram gastos – e apenas 9 milhões de euros para um programa de combate às listas de espera e para um projeto de recuperação de cirurgias e restante atividade clínica após a pandemia!