Grupos políticos moldavos pró-Rússia protestam contra Governo apoiados por oligarcas
Grupos políticos moldavos apoiantes da Rússia marcharam hoje nas ruas da capital Chisinau, em protesto contra o Governo do país, que afirma que a manifestação é uma tentativa de desestabilização financiada pelo Kremlin, noticiou a Europa Press.
Os grupos pró-Rússia são liderados pelos oligarcas Ilan Shor e Vlad Plahotniuc, ambos em fuga após terem sido condenados por fraude, e, segundo o Governo da Moldova, fazem parte de uma "guerra obscura" lançada pela Rússia contra o país.
Na marcha de hoje, que até ao momento decorreu sem incidentes, os partidos pró-russos e os seus apoiantes apelam ao executivo nacional para que melhore as condições de vida e se abstenha de recorrer a manobras para tentar "usurpar o poder", como alertou na semana passada a deputada e porta-voz do partido de Ilan Shor, Marina Tauber.
Tauber aludia a uma iniciativa da Presidente da Moldova, Maia Sandu, para que o parlamento aprove novas leis de segurança e vigilância fora da jurisdição do poder judicial.
"Estas leis abrem a porta a novos abusos de poder e violações dos direitos humanos", acusou a deputada, citada pelo portal de notícias Balkan Insight.
Por seu lado, Sandu justificou a iniciativa com base na ameaça que a Rússia representa para o país.
A região moldova da Transnístria - cuja população é principalmente russa e ucraniana - ganhou proeminência nos últimos meses devido aos seus laços com o Governo russo e à sua importante posição geoestratégica. As autoridades ucranianas chegaram mesmo a alertar para eventuais incursões russas na Ucrânia ocidental a partir daquela região.
A própria Maia Sandu acusou recentemente a Rússia de planear uma conspiração para derrubar o Governo através de protestos da oposição e da infiltração de militares bielorussos, sérvios e montenegrinos, entre outros.
"O plano incluía sabotagem e infiltração para realizar ações violentas, ataques a edifícios do Governo e tomada de reféns", advertiu Maia Sandu na altura, dizendo que esta não era a primeira vez que a Rússia tentava realizar ações do género na Moldova.
Shor, que se encontra atualmente em Israel, apelou aos seus apoiantes para se unirem numa força, "atuando como um todo", para fazer "os bastardos do Governo pagarem as contas do povo durante três meses" e provarem que a Presidente Maia Sandu, "mentalmente doente, inventou um mito sobre um alegado golpe de estado para enganar o povo".
A manifestação em Chisinau está a decorrer pacificamente, mas sob a vigilância de um grande destacamento policial.
Para reforçar o diálogo com os cidadãos e aumentar o nível de segurança, a polícia local exortou os participantes, numa declaração pública, a exercerem o seu direito à liberdade de expressão de forma pacífica e a cumprirem as instruções dos agentes da lei.