"Anastácio é apoiado pelos advogados do grupo 'comuna' instalado na Câmara de St. Cruz"
Escreve Jardim, no Twitter, a propósito da defesa do ex-padre madeirense
A autarquia liderada pelo Juntos pelo Povo (JPP) fez ao longo dos últimos anos vários contratos por ajuste directo com o escritório Santos Pereira & Associados – Sociedade de Advogados
O ex-presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, recorreu às redes sociais para comentar o caso do padre Anastácio Alves, acusado de abuso sexual de menores.
O histórico líder do PSD-Madeira criticou, ontem, o facto de a equipa de advogados que está a acompanhar o padre madeirense ser composta por Miguel Santos Pereira, o seu irmão Bruno Pereira - ambos associados ao executivo JPP da Câmara Municipal de Santa Cruz - e pelo antigo inspector da Polícia Judiciária, João Sousa.
"Anastácio integrou um grupo de clérigos visivelmente indiciáveis na sintonização com o marxismo do movimento “cristãos para o socialismo”que, LIVREMENTE numas eleições regionais, posicionou-se contra os autonomistas sociais-democratas. Anastácio é apoiado pelos advogados do grupo 'comuna' instalado na Câmara de St.Cruz", começa por expor Jardim no Twiiter.
O político social-democrata deixa ainda 'farpas' ao antigo rival, o padre Martins Júnior, que diz também próximo do JPP, uns e outro "contra a democracia", acusa:
Anastácio Alves apresentou-se quinta-feira, na Procuradoria-Geral da República, em Lisboa, mas recebeu indicação para se dirigir ao Tribunal do Funchal.
De acordo com uma nota divulgada no 'site' do MP em Janeiro deste ano, quando foi emitido um pedido de cooperação judiciária internacional, o ex-padre madeirense foi acusado de quatro crimes de abuso sexual de crianças e um crime de atos sexuais com adolescente, tendo sido realizadas diligências para o localizar, em França e Portugal, que "resultaram infrutíferas".
Em Setembro de 2018, quando o padre Anastácio Alves exercia funções em França, a Diocese do Funchal comunicou o seu afastamento da acção pastoral por suspeita de abuso sexual de um menor na região autónoma.
Anastácio Alves tentou entregar-se à justiça na semana em que foi divulgado o relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja, divulgado na segunda-feira.
Esta comissão independente liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht iniciou a recolha de testemunhos de vítimas em 11 de Janeiro de 2022, tendo validado 512 denúncias das 564 recebidas, o que permitiu a extrapolação para a existência de um número mínimo de 4.815 vítimas nos últimos 72 anos.
A Conferência Episcopal Portuguesa vai tomar posição sobre o relatório, de quase 500 páginas, numa Assembleia Plenária agendada para 3 de Março, em Fátima.