O poder absoluto corrompe absolutamente
Na política como na vida, umas vezes ganha-se, outras perde-se. E saber perder é tão importante como saber ganhar, embora a tendência natural de todos os que têm poder é abusar dele.
É normal que os “gabinetes “ do partido que “governa” com maioria sejam ocupados pelos seus militantes ou deles próximos ideologicamente. Todavia, fica-se com a ideia legítima, acho eu, de que o Governo, as Câmaras, as Juntas, as Casas do Povo,etc. são autênticas agências de emprego, acessíveis apenas a candidatos de perfil específico, com currículo timbrado da ideologia partidária. Formação académica, competência, brio profissional e idoneidade são atributos para posterior avaliação, eventualmente...Por consequência, os danos colaterais sofremo-los nós quando recorremos a alguns serviços públicos.
Não sei se haverá jovens qualificados no desemprego, por opção. Eu não conheço nenhum nessa circunstância. Julgo que ninguém faz um investimento na sua formação, às vezes com tantas dificuldades e sacrifício, para ficar sem trabalho. Mas sei, com conhecimento de causa, de jovens com formação académica superior, que foram obrigados a emigrar porque na sua terra lhes foi negada a oportunidade de trabalhar e constituir a sua família. Sei que, para cumprir promessas eleitorais (sic) se tiraram a uns para oferecer a outros, aos que tinham ou aparentavam ter a tal determinada cor. Não têm qualquer culpa os beneficiados . Condeno, sim, os senhores aprumados grávidos de sentimentos e responsabilidades, intervenientes neste processo.
Quanta gente válida foi e é afastada pelos grupos que controlam as máquinas partidárias!
Mesmo navegando num mar de desapego e descrença, guardo a ténue esperança da mudança das correntes.
“Há mais marés do que marinheiros”.
Madalena Castro