Kiev e Moscovo trocam prisioneiros de guerra
A Rússia e a Ucrânia trocaram hoje 101 prisioneiros de guerra de cada lado, segundo o Ministério da Defesa russo e a Presidência ucraniana.
"Como resultado de um processo de negociação, 101 militares russos que corriam o risco de morrer no cativeiro foram devolvidos do território controlado por Kiev", afirmou o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado.
A nota adianta que os prisioneiros libertados vão receber tratamento, reabilitação e assistência psicológica em instituições médicas do Ministério da Defesa.
Por outro lado, o chefe do gabinete da Presidência ucraniana, Andriy Yermak, disse, na sua conta no Telegram, que "101 soldados e um civil voltaram para casa hoje".
Yermal especificou que entre os prisioneiros estão "94 defensores de Mariupol", cidade tomada e destruída pelos russos no ano passado após violentos combates, incluindo 63 combatentes do complexo siderúrgico de Azovstal, que constituíam a última bolsa de defesa das forças de Kiev.
"As suas famílias estão à espera deles há muito tempo", escreveu o responsável, acrescentando que "muitos heróis têm ferimentos de gravidade variável".
Yermak também garantiu que as autoridades continuarão a trabalhar para libertar todos os prisioneiros ucranianos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.