Grande júri contradiz Trump e nega fraude na Geórgia em 2020
Um grande júri que investigava as tentativas do ex-presidente norte-americano Donald Trump de interferir nas presidenciais de 2020 concluiu "por unanimidade" que não houve fraude eleitoral no estado da Geórgia, rejeitando as teorias da conspiração do Republicano.
Essas conclusões integram um relatório que foi elaborado secretamente ao longo de meses por um grande júri da Geórgia.
"Determinamos por unanimidade que não houve fraude generalizada nas eleições presidenciais na Geórgia em 2020 que pudesse resultar na anulação desse sufrágio", lê-se num trecho do relatório a que agência espanhola EFE teve hoje acesso.
O grande júri acredita ainda que algumas das testemunhas que depuseram durante a investigação podem ter cometido perjúrio.
Apesar da divulgação parcial do relatório, permanecem sob sigilo as eventuais recomendações para acusações criminais contra Trump ou qualquer outra pessoa que possa ter pressionado os políticos da Geórgia a anular os resultados eleitorais, os quais deram como vencedor o Democrata e atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Num processo que decorreu sob o mais absoluto sigilo, o grande júri ouviu o depoimento de 75 testemunhas nos últimos meses, incluindo o ex-advogado pessoal de Trump e ex-presidente do município de Nova Iorque, Rudy Giuliani, além do secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger.
Raffensperger, a quem competia certificar os resultados eleitorais, teria sido pressionado por Trump em 02 de janeiro de 2021 para reverter o resultado das eleições de novembro de 2020.
Em concreto, Trump pediu a Raffensperger que "procurasse" os votos necessários para anular a vitória de Biden, de acordo com o áudio de um telefonema divulgado pelo The Washington Post.
O grande júri que realizou esta investigação foi composto por 23 pessoas e realizou as suas investigações entre junho e dezembro do ano passado.
Nos Estados Unidos, a figura do grande júri é utilizada para questões especialmente polémicas e tem como missão apurar se há provas suficientes para investigar um possível crime.