A Guerra País

Novo ataque aéreo atinge instalações usadas para ajuda humanitária

None

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou hoje que um novo ataque aéreo atingiu instalações usadas para distribuir assistência humanitária na Ucrânia, lamentando que as infraestruturas civis continuem a não ser poupadas no conflito.

Em comunicado, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários indicou que um armazém da organização não-governamental (ONG) Proliska foi atingido nas primeiras horas de quarta-feira em Chasiv Yar, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.

"Ontem (quarta-feira), a comunidade humanitária na Ucrânia acordou para descobrir, mais uma vez, que outra instalação de ajuda havia sido danificada durante os ataques aéreos. (...) A estrutura servia como um centro onde a organização e outros parceiros -- incluindo as Nações Unidas -- enviavam itens de ajuda humanitária para as pessoas que enfrentam fortes hostilidades em Bakhmut, Avdiivka e outras comunidades da linha da frente", explicou o coordenador humanitário Matthew Hollingworth, citado na nota informativa.

"Felizmente, ninguém ficou ferido", acrescentou.

Este foi o terceiro ataque que afetou instalações usadas para a distribuição de assistência humanitária em apenas dois dias.

No dia anterior, um armazém da ONG nacional Tarilka foi atingido em Kherson, ferindo um trabalhador humanitário.

O incidente comprometeu a logística da Tarilka e de outras organizações que trabalham para apoiar as comunidades da linha da frente do conflito, na região de Kherson (sul da Ucrânia).

"No mesmo dia, outro ataque aéreo atingiu uma instalação usada por vários grupos de socorro em Kostiantynivka, na região de Donetsk. Também continuamos a receber relatórios horríveis de casas, escolas e hospitais a serem atingidos dia após dia, em áreas da linha da frente", denunciou Hollingworth.

Frisando que as infraestruturas civis, incluindo instalações de assistência e saúde, são vitais para o povo da Ucrânia e "não são um alvo", a ONU pediu "cuidado constante" para evitar mais danos.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa na Ucrânia, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento, segundo dados da ONU.